Como não se comportar no avião
Seguindo o @passengershaming, no Instagram, pensei em quanta gente folgada já voou pertinho de mim e chego à conclusão que também já deixei a finesse de lado, porque ninguém é de ferro.
Eu tenho muita (mas muita) paciência. Mas, num certo vôo entre Bogotá e Havana cheguei ao meu limite.
Atrás de mim um pai chega com duas crianças de mais ou menos 10 e 12 anos. Acho muito legal pais que dão esta experiência pros filhos. Acho até que fui fofa e sorri pra eles.
O problema é que aquelas duas criaturas estavam com o capeta no corpo e o pai não tinha domínio sobre eles; e do outro lado do corredor a mãe já estava com fone de ouvido e com o seu livrinho aberto.
Em dez minutos de vôo saquei que minha cervical não aguentaria tantos chutes e que ficaria careca de tanto que eles enfiavam a mão pela poltrona puxando o meu cabelo. Sem contar que eles gritavam.
O que fazer? A opção mais fácil descartei de cara: terceirizar meu problema pro comissário (nunca peça pros comissário resolverem este tipo de pendenga pra você, eles odeiam e este não é o trabalho deles).
Melhor tentar resolver com jeitinho. Nem sempre dá certo, lógico. Tenho uma experiência que ilustra o caso:
- Vendo que minhas próximas horas seriam difíceis dei aquela clássica olhada pra trás, demonstrando pro pai que estava incomodada. Vai que cola. Não, não foi desta vez.
- Avisei, com jeito, que eles estavam me incomodando com tanto chutes. Nada.
- Avisei de novo. Nada.
- Esperei os comissários servirem as bebidas (e os pequenos estarem com suas cocas com gelo na mesinha) e, puft, levantei o encosto do assento de uma só vez pro líquido derramar e refrescar a duplinha. Nem olhei para trás.
Sim, foi um ato desesperado de vingança. Não! Não fui civilizada. Julgue-me.
Só sei que funcionou, os pais trocaram de lugar e acabou a baderna.
Pais, não se zanguem, a culpa não é das crianças. Vocês precisam dar exemplo e ajudá-los na missão de se tornarem bons viajantes. E, ó, ter filho dá trabalho – e viajando mais ainda! Aceite isso. Sem mais. Obrigada pela atenção.
Se você quiser ver como enxergo minhas viagens, siga-me no Instagram: @anaclaudiacrispim