Agora que você já sabe o que esperar (ou não esperar) da sua viagem à Berlim, vai uma lista de 12 bairros pra sair do básico e conhecer a diversidade da cidade.
Acho legal a gente visitar o lugar sabendo se ele fez parte da Berlim Oriental ou Ocidental, mesmo que isso não esteja claro à primeira vista!
Mitte [ex-Oriental] É o mais próximo que a gente poderia chamar de centro, embora este conceito não esteja muito claro na cidade reunificada há apenas 25 anos. É onde estão os pontos turísticos mais visitados, o trivial para uma visita curta: o Portão de Brandemburgo, o Parlamento, a Ilha dos Museus, a Potsdamerplatz, etc. É lá que ficam o Scheunenviertel, artigo bairro judeu, a vilinha Nikolaiviertel – uma surpresa dentro da cidade – e a Postdamerplatz, a Berlim modernosa.
Scheunenviertel [ex-Oriental] Apesar de fazer parte do Mitte, o de-li-ci-o-so Scheunenviertel é uma história à parte! É um dos bairros mais antigos da cidade, já foi o gueto de judeus e até hoje abriga uma comunidade judaica – os restaurantes de comida kosher e as placas em hebraico não me deixam mentir! As ruas arborizadas escondem galerias, becos, lojas de moda exclusiva, restaurantes chiques, galerias de arte, livrarias. É muito, muito moderno, mesmo com os prédios de tijolinhos, herança da Alemanha Oriental. Na minha opinião, o bairro mais bonito de Berlim e ideal pra fazer um tour gastronômico!
Prenzlauerberg [ex-Oriental] O fenômeno pós-reunificação que aconteceu ali não é diferente do que está acontecendo com outros bairros orientais ou mesmo ocidentais mais mal localizados. Imóveis sobrando, preços baixos e gente de outras partes da Alemanha e do mundo querendo um lugar pra chamar de seu. Os edifícios dos anos 1880, milagrosamente poupados na guerra, foram sendo restaurados e viraram os metros quadrados mais valorizados da cidade. De moradia de operários e estudantes da Berlim comunista se transformou no canto de jovens famílias, suas fábricas de bebês Johnson e um comércio de roupas infantis, mercados free-lactose glutén-gordura trans e estúdios de yoga. Este é o lado chique e yuppie do bairro. Já, do outro lado da Schönhauser Allee, passando por baixo da linha de trem (que ali é suspensa), o bairro muda de cara, fica mais popular, as famílias de comercial de margarina dão lugar à um clima mais jovial cheio de grafites, música e manifestações artísticas.
Wedding [ex-Ocidental] É lá que fica a Bernauer Straße, principal cenário do drama da construção do muro de Berlim por ter protagonizado as primeiras tentativas de fuga para a Alemanha ocidental. Hoje é um bairro residencial e multicultural, de comércios pequenos, muitas vezes com letreiros em turco e árabe e com arquitetura indecifrável de tão misturada! É um bom lugar pra mergulhar de vez na vida fora do circuito turístico da cidade. É Berlim pra iniciados e curiosos.
Moabit [ex-Ocidental] Uma boa continuação para o Berlim para iniciados. A região mais próxima do centro até faz parte de um roteiro central da cidade, é cosmopolita e tem uma das estações de trem mais lindas da Alemanha! Mas, a medida que você vai se afastando do rio vai ficando mais residencial, mudam os sotaques e aumenta a dificuldade em se comunicar em inglês no comércio local. É um bairro encantador pra gastar tempo e pernas. Eu aconselho para curiosos e gente que se interessa pelo lado B do turismo.
Tiergarten [ex-Ocidental] É nome do bairro e do parque que guarda a segunda maior área verde da cidade. As ruas se resumem numa pequena região urbana, muito tranquila, que fica no entorno do parque. Andar pelas ruas é uma esticada à visita ao parque queridinho dos berlinenses.
Schöeneberg [ex-Ocidental] Foi a morada de Davi Bowie nos anos 1970, vejam só. É também onde tremulam mais bandeirinhas LGBTQ em toda Berlim, principalmente a medida que nos aproximamos da estação Nollendorfplatz. A lindeza é que os moradores do bairro misturam harmoniosamente vitrines de sex-shops, baladas gays, lojas de roupas vintage, tradicionais feirinhas de alimentos que rolam sob a sombra das árvores e prédios do pré-guerra e arquitetura moderna dos anos 1950 e 60.
Charlottenburg [ex-Ocidental] Símbolo mor do ocidentalismo, da Berlim capitalista, templo do consumo, casa da rua de compras Kurfürstendamm (Kudamm para os locais) da tradicional loja de departamentos KaDeWe e de shoppings recém-construídos. As ruas de Charlotthenburg são o cenário visto pela TV, em 1989, palco da euforia dos recém-saídos da Berlim oriental, doidos pra experimentar o capitalismo e possibilidade de gastar seus marcos. Consumir não é tua praia? Corre pro Palácio de Charlottenburg. Você vai esquecer que está dentro de uma cidade cosmopolita e será transportadoláááááá pro reino da Prússia.
Kreuzberg [ex-Ocidental] Era a região mais a leste do lado oriental e tinha três dos seus lados limitados pelo Muro de Berlim. Por isso foi marginalizada, esquecidinha e redescoberta por artistas, imigrantes e todo tipo de gente em busca de uma morada central e baratinha. O baratinho não é exatamente o melhor adjetivo para os dias de hoje, prevê-se uma gentrificação, já iniciada e avançando a passos largos. Kreuzberg é o exemplo de uma cidade em constante transformação, reduto de punks, bichos-grilo, artistas e turcos. É um lugar boêmio, ideal pra encontrar restaurantes aberto até tarde e muito street-art.
Neukölln [ex-Ocidental] Coladinha a Kreuzberg. Tão colada e com características tão próximas que existe um trecho, às margens do canal Landwehrkanal onde as duas se misturam e levam o apelido de Kreuzkölln. É lá que fica De Neukölln você pode acessar o aeroporto que desde 2010 virou a maior área de lazer (380 hectares) da cidade, o enorme Tempelhof! Mas, apesar de uma das entradas ser do lado de Neukölln, o aeroporto fica tecnicamente no distrito de Tempelhof.
Friedrichshain [ex-Oridental] Separada de Kreuzberg pela ponte lindona Oberbaumbrücke, guarda um dos cartões postais mais populares da cidade; é ali, às margens do rio Spree que fica o East side Gallery, trecho do muro que virou galeria de arte de renomados grafiteiros do mundo todo. Não vou mentir, o bairro tem aquele jeitinho caído, com prédios velhos, lambe-lambes colados nas paredes, muito grafite e bares esquisitões com gente esquisitona (tire suas próprias conclusões do que seria isso). Pela quantidade de lugares ali fica claro como os galpões abandonados se converteram em manifestações culturais, gastronomia e baladas. É o que eu chamaria de cool! Não é um bairro lindo – e eu adoro!
Alt-Treptow [ex-Oridental] Por falar em cool, termino a minha lista com o Alt-Treptow. É um bairro pra ver coisas esquisitas, deliciosas e inusitadas. Imagina uma piscina flutuando no meio de um rio, cujo acesso é feito por armazéns de antigas docas. Imaginou? É a Badeschiff, a badalada piscina que bomba nos verões berlinenses, um lugar onde biquini e bota podem ser usados ao mesmo tempo, sem olhares esquisitos. No canal Landwehrkanal, barzinhos e baladas, cujos terraços de madeira avançam sobre a águas do canal, dão um ar underground com um certo charme.
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