Escapadas em Lisboa e o prazer de viajar sem (quase) sair do lugar
Já pensou em se hospedar em um hotel bacana na própria cidade? A “viagem” pode ser surpreendente!
Confesso que a primeira vez pareceu bem surreal. Mas o dia estava absurdamente quente, as praias estavam absurdamente cheias e o fim de semana com uma criança de 11 anos em casa prometia se arrastar loucamente sem nada muito animador no cenário. Então bastaram dois minutos para uma checada rápida no Booking e em meia hora estávamos na porta do hotel; em uma hora, na piscina. Um sorvete, por favor?
Curtimos. Aquela escapada para um hotel a menos de 10 minutos de casa teve gostinho de micro férias. Sair à noite para jantar a pé, no centrinho histórico lindo de Paço d’Arcos, à beira-mar, onde quase nunca vamos, foi delicioso. Acordamos de frente para a praia, tomamos um café da manhã que durou quase duas horas, aproveitamos a piscina que era praticamente nossa e ainda demos uns mergulhos nas águas quentinhas da piscina do spa – com hora marcada em tempos de Covid-19. Quando entramos em casa no domingo à noite a sensação era a de ter voltado de uma viagem de verdade – sem cansaço e, melhor ainda, sem mala para desfazer.
Esta semana deu gostinho de quero mais. Desesperados por um dia de descanso e diante de um cenário de hotéis COMPLETAMENTE LOTADOS em todo o litoral português virado para o Atlântico, em pleno mês de agosto, escolhemos rumar para um bairro que eu gosto cada vez mais em Lisboa: o Alto de Santo Amaro, na região de Alcântara. Uma promoção especial no Booking nos levou a um dos hotéis que mais gosto na capital: o Pestana Palace (a diária, a € 190 com café da manhã, incluía upgrade para um quarto vista jardim – justamente o jardim que me faz amar o hotel).
Já era fim do dia quando fizemos o check-in. Foi engraçado ir jantar no Lx Factory, bem perto, e não voltar para casa. Mas mergulhei nos mil lençóis e travesseiros e só acordei pronta para tomar o café da manhã nos 45 do segundo tempo. Servido no palacete do século 19 que já pertenceu do Marquês de Valle-Flôr, tinha mesinhas ao ar livre com vistas para o jardim e outras do lado de dentro, entre afrescos arrebatadores.
O dia passou lentamente à beira da piscina, cercada pelo verde exuberante do jardim. De vez em quando, alguns mergulhos nas águas quentinhas do spa. Até considerei fazer uma massagem, mas estava tudo tão perfeito que fiquei com medo de estragar. De livro na mão, só ouvia o barulho das cigarras, que nunca tinha ouvido na cidade. Não saí do lugar nem para almoçar: aproveitei o serviço do bar e pedi uma massa com cogumelos bem gostosa. E fiquei tomando café por quase uma hora sob a sombra das palmeiras.
Só fomos embora quando anoiteceu. O “boa viagem” da recepcionista que nos atendeu no check-out fez novamente tudo soar meio surreal. Deliciosamente surreal. Descemos a rua com calma, passamos pela pracinha que tanto amamos (um dia ainda quero morar nela!) e em 10 minutos, mais uma vez, estávamos em casa. Sem mala, sem estrada, sem stress. Mas com a sensação de ter feito uma viagem maravilhosa.
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