A primeira vez que ouvi falar do Pachamama foi no Celeiro, um mercadinho de produtos biológicos que existe por todo Portugal. Eu, que adoro fuçar e descobrir novos pães (e confesso que carrego uma culpa descomunal pelo consumo de carboidratos e glúten), fui abduzida por uma “novidade” que estava sendo anunciada na loja: um pão de fermentação lenta e natural, 100% biológico, com ingredientes como espelta e matcha (o chá verde japonês, que eu amo). De uma só vez levei todas as opções disponíveis pra casa. Virei fã daquela massa ligeiramente azedinha, macia, compacta.
Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que, por trás daquela etiquetazinha do pão, estava um restaurante. Mais precisamente o primeiro restaurante 100% biológico de Lisboa. O slogan não poderia ser mais genial: bio, logicamente. Amei.
E então finalmente fui tirar o atraso na semana passada. A ressaca do sábado pedia um brunch. Podia ser com ovos e bacon, croissants e gordurices em geral, mas deu vontade de me abrir para o bio, logicamente.
O Pachamama (uma homenagem à deusa ligada à Terra venerada nos Andes, especialmente no Peru) fica escondidinho na região de Santos. Do lado de dentro, tem uma mini mercearia (com os pães para levar pra casa, claro) e mesinhas espalhadas por dois ambientes coloridos e simpáticos. O atendimento é um pouco atrapalhado, mas todo o resto foi uma bela surpresa.
O menu do brunch (€ 15 por pessoa) começou com um copo de suco enorme feito na hora – o do dia era de pera com laranja. Depois veio um bowl de salada crua com sementes.
A grande estrela da casa é a torrada com abacate, que dividiu opiniões. Eu fui a metade que adorou. Especialmente porque veio acompanhada de um adendo feito à perfeição: um ovo poché com a gema bem molinha.
Primeira sobremesa: pudim de chia com frutos vermelhos.
A partir daqui tudo já era over, mas o bolo de chocolate vegan, de tão delicioso e macio, merece menção honrosa.
O menu inclui ainda pratos criativos como o ceviche de cogumelos e a lasanha crua. Também há opções para não vegetarianos que inclui peixes e frutos do mar. Há doces e salgados veggie e vegan. Para acompanhar, vinhos, gin, vodka… Para encerrar, café. Tudo bio.
Pronto. Eu não sou propriamente uma freak da alimentação saudável. Tampouco estou disposta a abrir mão do maravilhoso mundo da comida (gorda) portuguesa. Mas tá ai um lugar perfeito para aqueles dias em que o mood detox fala mais alto. Ou para quando eu tomar um jeito de vez na vida.