Olhe bem para a foto acima. O título deste post só não é 100% verdadeiro por causa da temperatura da água – o Atlântico, aqui na Europa, é sabidamente vários graus mais frio do que no Caribe. Tirando este “detalhe”, eu diria sem medo: a Praia da Comporta, distante cerca de 1h30 de Lisboa, poderia estar facilmente na Riviera Maya, no México. Nos arredores de Tulum, mais especificamente.
Eu poderia falar isso apenas por causa dos tons da água (que além de tudo é transparente, do tipo que dá para enxergar o pé mesmo com a água no pescoço). Ou por causa do extenso areal branquinho a perder de vista. Mas há outras razões mais. Os cafés badalados. A infra-estrutura master cool com direito a day beds na areia. Os preços (altos) de tudo. Mas sigamos.
Há tempos que este pedacinho do litoral alentejano nos arredores de Alcácer do Sal é um dos queridinhos da society portuguesa e gringa, que ali ergueu casarões sempre exibidos em episódios do programa Casa Brasileira, do GNT. Foi assim que eu ouvi falar pela primeira vez da Comporta, poucos anos atrás. Mas só agora tive a chance de conferir in loco.
Geograficamente, a região é separada da Península de Setúbal pelo estuário do Rio Sado, na altura de outro balneário famoso, o de Tróia. Para dar exemplos de como o litoral desta zona é encantador, basta dizer que a praia de Galapinhos, eleita recentemente a mais bonita da Europa (aguarde um post aqui em breve!), fica a poucos quilômetros de distância. Assim como a Praia do Meco e a sucessão de praias da Costa da Caparica.
Para quem sai de Lisboa, atravessa-se a Ponte 25 de Abril e adentra-se o Alentejo em minutos. O caminho é salpicado de imensos ninhos de cegonhas e, chegando à Comporta, grandes campos de arroz. A vilinha é pequena, de casario caiado de branco. E então vem a praia.
Bares como o Comporta Café têm infra completa com direito não apenas a guarda-sóis de palha (€ 25 com duas espreguiçadeiras) como a estruturas de madeira com cama dupla, espreguiçadeiras, rede e serviço de praia exclusivo (€ 100 – oi??). A espreguiçadeira avulsa sair por € 5. Mas obviamente quem quiser o seu lugar ao sol basta esticar a canga e ser feliz. De graça.
Wraps, quiches, vinhos geladinhos, cerveja e coquetéis circulam pela areia. Na hora que a fome bater, o restaurante tem clima de lounge e comida bem boa. O arroz negro com amêijoas, camarões e lulas é inesquecível.
A baía é imensa e as praias vão mudando de nome. Na vizinha Praia do Pego fica outro badalado restaurante: o Sal, que foi eleito em 2015 o melhor bar de praia do mundo pelos leitores da Condé Nast Traveler. Pelo visto o meu segredo da vez foi descoberto faz tempo. Mas nada disso estraga a surpresa do mar mais transparente que eu já tive a chance de ver em terras portuguesas.