Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
Continua após publicidade

Os 10 mandamentos para explorar o Parque Nacional da Peneda-Gerês

Dicas práticas para se adaptar ao modus operandi – nem sempre fácil – de uma dos dos destinos de natureza mais bonitos e desafiadores de Portugal

Por Rachel Verano
Atualizado em 30 set 2020, 12h58 - Publicado em 30 set 2020, 08h56
Caminhada à beira da Barragem de Vilarinho da Furna (Bruno Barata/Reprodução)

1) Acordarás cedo
A vida na natureza começa antes (de qualquer coisa). Acordou 9h, ainda vai tomar café e só depois pensar em sair? Vai passar calor, perrengue e pegar muvuca. Pense em estar no seu primeiro destino final neste horário (contando o deslocamento de carro e a caminhada). Isso vai fazer toda a diferença na sua experiência das cascatas, das trilhas, dos mirantes.

2) Terás um carro para se deslocar
As distâncias no Gerês são grandes. Chegar nas principais atrações requer deslocamentos longos – pode ser de 15 minutos, pode ser de mais de uma hora. Se não quiser ficar dependente de passeios organizados por agências (geralmente a preços inflacionados), vá de carro.

3) Não terás fobia de altura ou de precipícios
Eu tive (porque tenho pânico de verdade). Resultado: não consegui chegar às atrações mais bacanas.

4) Não desejarás baladas
Destino de natureza já tem meio esta vibe, mas aqui ela é radical. Nem no mês de agosto, auge do verão e da alta temporada, rola um agito (e não estou apenas falando deste ano, quando não rolaria mesmo, por motivos óbvios de pandemia).

Continua após a publicidade

5) Farás reserva nos melhores restaurantes
Quer ter a chance de sentar numa bela mesinha na varanda de restaurantes como O Abocanhado, em Brufe, ou Fojo dos Lobos, em Fafião (dois dos que mais gostei)? (Leia sobre eles aqui) Ligue para reservar com antecedência. Não atendeu? Vá pessoalmente quando estiver passando pela região. Chegar chegando não costuma rolar nem com reza brava. Na contramão, há aqueles que nunca aceitam reservas – nesse quesito está a maioria das casas da vila de Gerês.

6) Sairás cedo para jantar
Não tem reserva? Considere estar na porta do restaurante ali pelas 19h30, 20h. Às 21h a maioria já está quase fechando as portas – ou está cheio e já nem aceita lista de espera.

7) Estarás em boa forma física
Qualquer trilha para qualquer cachoeira vai demandar uma, duas horas de caminhada em cada trecho. Claro, há excessões. Nelas, a chegada costuma ser íngreme e sinuosa. De maneira geral, vai rolar esforço, seja pela distância, seja pela altura, seja pelo perrengue. É o preço que se paga para chegar ao paraíso.

Continua após a publicidade

8) Evitarás o mês de agosto
Já sabe: agosto = mês oficial das férias na Europa. É como se aquela muvuca que rola no Réveillon ou no Carnaval no Brasil fosse toda concentrada num único mês de férias. Vai estar cheio, vai ser mais concorrido, vai ter trânsito, vai ser mais farofa. É como os portugueses gostam de dizer: “contra factos não há argumentos”.

9) Organizarás o itinerário do dia com antecedência
Antes de sair para explorar os arredores, planeje bem o que quer fazer por motivos de distância. Como eu já disse no item 2, as distâncias são longas. Mais: as estradas costumam ser sinuosas e estreitas. Ir e vir ou mudar de ideia no meio do caminho é igual a perder tempo – às vezes, muito tempo.

10) Reservarás pelo menos 3 dias inteiros para explorar a região
Chegue, durma e a partir daí conte três dias. A região é imensa e eu acho que quem fica menos do que isso sai com a sensação de mal ter ido. Para piorar, o Gerês fica longe – até a vila do Gerês, núcleo que escolhi para explorar numa primeira ida à região, por concentrar as atrações mais famosas, são cerca de 400 quilômetros a partir de Lisboa.

Leia tudo sobre Portugal

Publicidade