Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Lisboa: sábado é dia de Feira da Ladra!

O mercado de pulgas mais famoso de Portugal é um programa delicioso para abrir o fim de semana

Por Rachel Verano
Atualizado em 21 set 2023, 10h43 - Publicado em 21 set 2023, 08h47
barraca de xícaras e louças com um vendedor ao fund, na Feira da Ladra
Vendedor na Feira da Ladra: de tudo um pouco (Rachel Verano/Arquivo pessoal)
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Recentemente eu fiz a minha reestreia na Feira da Ladra, em Alfama. Reestreia porque, vivendo novamente em Lisboa desde 2016, ainda não tinha voltado àquela praça que fora minha vizinha durante longos meses num longínquo 2007, quiçá 2008. 

A Feira da Ladra com a cúpula do Panteão do fundo
As barracas da Feira da Ladra com a cúpula do Panteão ao fundo (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Muita coisa mudou desde então – no entorno, principalmente. E nem estou falando da Alfama destes arredores, que mais parece um novo bairro algo hipsterizado, algo globalizado; mas especificamente do Largo de Santa Clara

Uma pessoa pesquisa discos de vinil numa barraca da Feira da Ladra
Vinis e fitas cassete na Feira da Ladra (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Agora ir à Feira da Ladra pode começar com um gostoso café de ares nórdicos no Copenhagen Coffee Lab, com um dos melhores buns de canela que já provei em Lisboa e mesinhas na varanda…

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As mesinhas do Copenhagen Coffee Lab: de frente para a feira (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

…e terminar com um almoço à base de cogumelos (da entrada à sobremesa!) no curioso Santa Clara dos Cogumelos. Por mais estranho que pareça, dê asas à curiosidade e não se esqueça de fazer reserva – o restaurante é pequenino e vive lotado.

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Santa Clara dos Cogumelos: da entrada à sobremesa! (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

No mais, pouca coisa mudou. Uma das mais antigas feiras de Lisboa, a Feira da Ladra tem suas origens no século 13, quando começou a ser realizada nas imediações da Igreja de Santa Engrácia, em São Vicente de Fora.

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Cadeira, instrumentos musicais, a perna de um manequim: oferta eclética (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

O nome vem do que você está imaginando mesmo: a feira começou com uma abundância de artigos roubados e repassados ali. Hoje reúne até 500 barracas que vendem de tudo – tudo mesmo.

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Quinquilharias… (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Verdade seja dita: é preciso vasculhar para achar coisas interessantes. Já tem barracas enormes de meias e cuecas de fábricas pequenas, gente vendendo quinquilharias do IKEA, brechós de peças inusáveis e afins.

Barraca de fitas cassete na Feira da Ladra em Lisboa
Barracas de fitas cassete: onde tocá-las? (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Mas tem muita louça, vinis e objetos de decoração que, garimpados, rendem um suvenir único e cheio de histórias.

Objetos variados expostos no chão de numa barraca da Feira da Ladra em Lisboa
Mais quinquilharias pelo chão (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Barracas de fitas cassete, peças amputadas de manequins de plástico, bonecas assustadoras, baldes e vassouras: basta procurar.

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O mundo está na Feira da Ladra (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Às vezes, mais do que prestar atenção nos objetos, vale prestar atenção nas pessoas. Uma aula de antropologia sobre os alfacinhas gratuita e a céu aberto, cercada de belas atrações: o Panteão, onde jaz o corpo da fadista Amália Rodrigues; o Museu dos Azulejos, mais abaixo; o Mosteiro de São Vicente de Fora, logo ali; e o Tejo, lá embaixo. Tudo ao alcance dos pés.

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Caldeirão cultural (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Depois de algumas horinhas, saí com algumas pérolas: três vinis de música Barroca; um prato lindo de flores de uma antiga fábrica de porcelanas de Macau, na China; e uma caixa de metal de Cola Cao, o achocolatado mais famoso de Portugal, para guardar biscoitos e afins (ou nada mesmo, como tem sido até agora a sina das quinquilharias). Total: € 19.

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Uma lata de achocolatado antiga, um prato florido e 3 discos de vinil expostos no chão da Feira da Ladra
Minhas compritchas na Feira da Ladra: uma lata antiga de achocolatado, três vinis de música barroca e um prato de porcelana chinesa, tudo a € 19 (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Voltei com vontade de comprar uma caixa de correio antiga, de metal, que depois de regatear o dono baixou para € 100. Sigo pensando onde colocar. 

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A caixa de correios que ainda estou de olho: achados da Feira da Ladra (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

ANOTE AÍ: A Feira da Ladra acontece no Largo de Santa Clara, em Alfama, às terças-feiras e sábados. A versão de sábado costuma ser maior e mais completa. Começa às 9h e vai até tipo 18h – quanto mais cedo, melhor. Não deixe de ver também o mercado de Santa Clara, que reúne artesanato, comidinhas e um ou dois antiquários de verdade.

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