De tempos em tempos Lisboa nos dá de presente novos ângulos. Nos últimos anos foi a Doca da Ribeira das Naus, que escancarou o Tejo num delicioso passeio a pé entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré; o Largo da Graça, coração de um dos bairros mais charmosos da cidade, que descortina uma vista incrível do casario que se estende da Baixa até o Chiado; e o Campo das Cebolas, um grande largo no sopé de Alfama, virado para o rio. Agora mais uma obra que parecia interminável foi concluída, devolvendo um pedacinho especial da cidade às margens do Tejo, em plena região da Praça do Comércio.
Inaugurada em 1932, a Estação Sul Sueste, um belo edifício modernista projetado pelo arquiteto Cottinelli Telmo, estava ao completo abandono quando começaram as obras de restauração, roubando um pedaço do rio à Baixa. Sua reinauguração, no começo de maio, trouxe de volta a luz natural das clarabóias, os painéis de azulejos, os brasões de cidades alentejanas e algarvias nas paredes. Mais: cafés com mesinhas ao ar livre, uma vista escancarada do Tejo e um novo ponto de embarque para a outra margem e para passeios turísticos. Em breve chegarão os táxis-barco, nova modalidade de transporte da cidade!
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Junto com o banho de tinta da estação foi também inaugurada a adjacente Doca da Marinha, um projeto do arquiteto Carrilho da Graça, o mesmo nome por trás do novo Terminal de Cruzeiros e das obras de restauração do vizinho Campo das Cebolas. Em breve a região já arborizada e com lindas vistas vai ganhar cafés, quiosques e esplanadas. E assim o centro de Lisboa vai expandindo seus tentáculos, com uma beira-rio cada cada vez pública e cada vez mais agradável.