Foi-se o tempo em que beber bem em Portugal resumia-se a escolher um bom rótulo na carta de vinhos. A efervescência que tomou conta do país nos últimos anos fez também nascer, ao lado de restaurantes de autor e hotéis boutique cheios de personalidade, uma lista de bares incríveis onde quem dá as cartas são bartenders prá lá de criativos (e meticulosos). Estes são alguns dos melhores:
Red Frog
Em 2017 ele conseguiu o feito de figurar entre os 100 melhores bares do mundo na lista dos World’s 50 Best (ok, já fora dos primeiros 50, mas ainda assim com um louvável 92º lugar). A expectativa era de fazer parte do seleto clube dos 50 em 2018, o que não aconteceu, mas nada tira o mérito de Paulo Gomes, que trouxe altas doses de técnica e apuro para o ambiente boêmio da cidade (e é o único português a ter entrado no ranking). Na região da Avenida da Liberdade, o Red Frog é um speakeasy inspirado nos bares que surgiram durante a Lei Seca nos Estados Unidos. Esqueça os clássicos da coquetelaria mundial – aqui reina a bem-vinda mirabolância de Paulo, que usa e abusa de ingredientes inusitados como botão de pimenta sichuan, morcela, wasabi ou flor de sabugueiro. É comum receber bartenders famosos do mundo todo em noites especiais.
Lisbonita Gin Bar
Um dos primeiros bares de gin levados a sério da cidade, fica dentro da Taberna Moderna, restaurante de especialidades ibéricas no renovado (e lindo) Campo das Cebolas. Aqui não se brinca em serviço: há mais de 100 rótulos da bebida nas prateleiras e as combinações são feitas com esmero. A fama foi tão imediata que, mesmo dentro de um restaurante, funciona independentemente (e não raro é mais procurado). Quem quiser se aventurar pelo cardápio de comidinhas encontra delícias como o arroz negro de chocos e o atum braseado, as estrelas da casa.
Toca da Raposa
O enxuto menu de drinks, ilustrado com desenhos de animais, é uma atração à parte nesta casa que abriu as portas no ano passado, idealizada por uma mixologista que aprimorou seus dotes em Londres. Suas criações têm um denominador comum: ingredientes sempre portugueses e frescos. A bebida que leva o nome da casa (Raposa) é feita com tequila e um mix de purês e sucos dos legumes da época – como por exemplo couve-flor, nabo e capuchinhas. Já o Tágide é um mix de gin, azeite, flor de sabugueiro e espumante rosé.
Tapisco
Em pleno Príncipe Real, o bar de tapas do chef Henrique Sá Pessoa (dono das duas mais novas estrelas Michelin da cidade em seu restaurante Alma), tem duas marcas registradas. A primeira são os petiscos ibéricos, muitas vezes uma fusão de sabores portugueses e espanhóis – caso da Bomba de Lisboa, um salgado que lembra a nossa coxinha, só que recheado com alheira. A segunda é o bar de vermute, verdadeira paixão catalã. Além de uma carta especial de vermutes (doses de € 4 a € 7), há coquetéis especiais preparados com a bebida. O Monarca, por exemplo, leva gin Mare, creme de cassis e vermute Olave Rojo).
Café Klandestino
De ares vintage com toques latinos, este novo bar na região do Intendente tem como estrelas os coquetéis que levam café – como é o caso do Pornstar Klandestino, que, além da bebida, contém vodka e maracujá. Mas também há opções livres da cafeína na enxuta carta onde figuram pouco mais de 10 criações. O Rudy, por exemplo, é feito com gin, pisco, uva e vinho tinto, e coroado com folhas de manjericão.
Gin Lovers
Entre as colunas do pátio interno do palacete de ares mouriscos da Embaixada, no Príncipe Real, desfilam mais de 50 vertentes só de gin tônica (entre € 8 e € 17). São criações como a que leva gin Adamus, tônica 1724, flor de hibisco e alecrim; ou gin Citadelle Reserve, Schweppes Original Premium, baunilha e zimbro. Mas não é só isso. Há ainda uma lista de coquetéis à base de gin, caso do Gin Mule, aqui com Hendricks, ginger beer, suco de limão, pepino e hortelã. Para acompanhar, os tártaros são famosos. Há de atum e de salmão com mascarpone e maçã verde.
The Bar
Este bar moderninho no Príncipe Real é lugar para clássicos – pero no mucho. Não espere receitas cheias de moda ou criatividade, mas bebidas como a tradicional caipirinha, o Porto Tônico, a caipiroska… A assinatura da casa é a marguerita T’s (uma referência a Teresa, a australiana dona da casa): um mix de tequila, cointreau e sucos de lima e limão. Há uma versão que troca a tequila pelo mezcal.
The Insolito
Ocupa o rooftop de um palacete que divide com o Miradouro de São Pedro de Alcântara a melhor vista de Lisboa, com o casario da Baixa, o Castelo de São Jorge e o Tejo no horizonte. De ares moderninhos, tem um menu que se divide entre os coquetéis tradicionais (pense em Moscow Mule, Cosmopolitan, Bloody Mary) e os coquetéis de autor – entre os quais se destaca a versão da casa para o Gimlet, que aqui leva gin Bombay com infusão de alecrim, maçã verde, suco de limão, xarope e clara de ovo.
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