Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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House of Corto Maltese: o bar mais legal de Lisboa

Quer saber o que era ser hipster antes disso ser hipster? Entre e peça um gin ao Felipe

Por Rachel Verano
Atualizado em 6 mar 2020, 14h26 - Publicado em 31 jan 2018, 22h23
Felipe na porta do bar: homenagem aos marinheiros e piratas
Felipe na porta do bar: homenagem aos marinheiros e piratas (Bruno Barata/Reprodução)

Antes que fosse hipster ser hipster, a House of Corto Maltese ocupou um armazém de 1810 no Cais do Sodré, que ainda não era um bairro hipster. A região, na Baixa lisboeta, apenas ensaiava deixar os dias de boemia e frequência duvidosa para trás, mas ainda estava longe de se tornar o point badalado que é hoje.

Detalhes da decoração: o hipsterômetro quebra!
Detalhes da decoração: o hipsterômetro quebra! (Bruno Barata/Reprodução)

E lá estava Felipe e sua barba ruiva hipster, suas garrafas exóticas e sua decoração… hipster (perdão), para “prestar uma homenagem aos marinheiros e piratas que um dia habitaram esta zona”, segundo ele justifica.

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Sai um gin tônica: neste dia, com casca de laranja
Sai um gin tônica: neste dia, com casca de laranja (Bruno Barata/Reprodução)

Explica-se: todo o ambiente foi inspirado nos quadrinhos do italiano Hugo Pratt, criador do personagem Corto Maltese, um marinheiro aventureiro nascido na ilha de Malta que empresta nome ao bar.

O caos delicioso: a bagunça mais aconchegante de Lisboa
O caos delicioso: a bagunça mais aconchegante de Lisboa (Bruno Barata/Reprodução)

Mapas velhos, garrafas antigas e cordas dividem a cena com aqueles que foram provavelmente os primeiros televisores inventados pela humanidade, que ainda exibem imagens riscadas (mas de videoclipes atuais), mesas com máquinas de costura, ventiladores, malas.

Máquina de costura e quadrinhos: belo garimpo
Máquina de costura e quadrinhos: belo garimpo (Bruno Barata/Reprodução)

Foi paixão à primeira vista. A primeira vez que passei na porta e vi todo este caos divino uma força inexplicável me atraiu para dentro e desde então eu não consigo parar de voltar – mesmo que o gin custe um preço diferente a cada visita (e que você nunca saiba qual é até pagar a conta) ou que Felipe use o mesmo copo, sem lavar, para repor o drinque “porque assim fica melhor”.

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Mais detalhes da decoração
Mais detalhes da decoração (Bruno Barata/Reprodução)

Uma ida à House of Corto Maltese nunca é igual a outra. Ainda que eu me sente sempre na máquina de costura e me surpreenda sempre da mesma maneira com a instalação sonora psicodélica dentro do microscópico banheiro, o que vai no copo é sempre diferente. Às vezes é zimbro, às vezes tem bitter, às vezes tem casca de limão ou de laranja. Às vezes. Porque tudo depende da inspiração de Felipe.

A TV histórica: instalação de arte
A TV histórica: instalação de arte (Bruno Barata/Reprodução)

O horário de abertura também depende da inspiração de Felipe. Teoricamente é às 21h de terça a domingo. “Mas não fala para ninguém não, às vezes eu só chego às 22h, mas geralmente eu abro.” Teoricamente fica aberto até as 2h. E se você vai ficando, lá no fim o Felipe pode servir um de seus segredos: um Porto “muito louco”, um shot de rum da Amazônia capaz de levantar defunto.

O meu drinque, a minha mesa
O meu drinque, a minha mesa (Bruno Barata/Reprodução)

O bar do Felipe nunca está lotado (mas tem sempre umas 2 ou 3 nacionalidades representadas), e assim é que é bom. Ele sempre te olha com cara de quem está te vendo pela primeira vez, mas lá pela segunda frase de conversa saca de uma história que você contou numa das primeiras visitas, com riqueza de detalhes. Não, não é blasé, é… hipster. House of Corto Maltese: o bar mais legal de Lisboa

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Felipe e o seu poder de reunir gente do mundo todo
Felipe e o seu poder de reunir gente do mundo todo (Bruno Barata/Reprodução)

A House of Corto Maltese fica na Rua da Boavista, 118, no Cais do Sodré. Não aceita cartões, nem de débito – só cash.

Vai um refresco?
Vai um refresco? (Bruno Barata/Reprodução)

Reserve a sua estadia no Cais do Sodré com o Booking.

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