Para quem já reclamava que o Réveillon na Europa é meio xoxo, 2020 tratou de atualizar a definição bem à sua maneira. Este ano, pelo menos em Portugal, não vai ter. Simples assim. E não tem jeitinho: às 23h do dia 31 começa a vigorar o toque de recolher. Ninguém está autorizado a sequer andar pelas ruas.
A determinação do governo pegou todo mundo de surpresa, já que poucos dias atrás havia sido feito um anúncio que previa medidas mais liberais tanto no Natal quanto no Ano Novo. Esse anúncio, de toda forma, dizia que as medidas seriam confirmadas na véspera das festividades. Resultado: todo mundo comemorou antes da hora. E o balde de água fria em quem ainda sonhava com uma comemoração para a chegada de 2021, ainda que comedida, foi maior do que o esperado.
Os restaurantes, com o esquema todo engatilhado, preparam-se agora para uma celebração ainda mais xoxa do que nos anos anteriores. As ceias podem ser reservadas a partir das 19h até 21h no máximo. Os brindes finais devem acontecer às 22h30. E às 23h, todo mundo já tem que estar em casa e já ter brindado o ano que ainda não terá chegado oficialmente.
Mas as medidas de contenção de aglomerações não se resumem ao toque de recolher na última noite do ano. Não será sequer permitido circular entre concelhos (como se fossem pequenos estados) do dia 31 de dezembro até às 5h da manhã do dia 4 de janeiro. Não dá para viajar neste período? Não, não dá para viajar neste período. Aliás, para encerrar o assunto: nos dias 1, 2 e 3 de janeiro o toque de recolher passa a ser às 13h. Ou seja: não tem restaurante aberto, não tem café aberto, não tem comércio aberto.
Não tem discussão e não tem chorumelas. 2021 que chegue suave. E siga sendo. Por aqui, a vacinação começa no dia 27 de dezembro e deve se estender por meses. A pandemia não acabou, né? O brinde, este ano, será entre quatro paredes. Ainda bem.