O Porto está vivendo um de seus melhores momentos de sempre. A cidade nunca foi tão badalada – e nem tão cheia de novidades. Nos últimos meses, pipocaram hotéis cheios de charme, novos restaurantes, bares, lojinhas de design… Arrisco dizer que nem a chuva e o tempo cinza atrapalham mais o programa.
Mas há uma coisa que atrapalha, e muito: o trânsito. Acabo de voltar de uns dias no Norte do país e tive verdadeiras síncopes nervosas nas duas noites em que dormi no Porto. Não bastasse o engarrafamento generalizado nas ruas do Centro, que fazem qualquer trajeto de poucos quarteirões durar mais de meia hora, estacionar exige uma política de guerra – e uma dose cavalar de paciência.
O cenário é simples: as ruelas e avenidas da região ficam entupidas de gente. Os carros ficam estacionados onde der, ocupando cada milímetro junto às calçadas (muitas vezes, em cima delas). Ninguém sai. NINGUÉM. Depois de rodar por uma hora sem sucesso, quase à meia-noite, comecei a caça aos estacionamentos. Doce ilusão. Todos entupidos. Pior ainda: com filas de carros desligados à porta, na frente das cancelas, à espera da singela saída de alguém.
Quando finalmente deu certo, o fim foi amargo: uma continha de € 30 para pagar no dia seguinte (o mesmo preço por pessoa da diária de um apê genial que eu aluguei). Aceita um conselho? O melhor destino europeu de 2017 merece ser explorado a pé. Com calma. Sem stress. Sem engarrafamento. Mesmo debaixo de chuva e tempo cinza.