Acabo de chegar em casa emocionada com uma descoberta. Um tempinho atrás eu conheci o impecável restaurante japonês Kanasawa, em Algés (leia mais neste post aqui), e fiquei encantada com um mimo dado de presente pelo chef Paulo Morais no final: uma fatia de um bolinho de chá verde macia, molhadinha, leve, no ponto. Morri de amores. Nos dias que se seguiram não parei de pensar nele e ficava sempre com água na boca. Eis que hoje descobri a fábrica de castella no coração do centro histórico de Lisboa.
Na verdade, descobri muito mais coisa. E fiquei ainda mais apaixonada. Castella é o nome de uma versão do pão de ló que os portugueses improvisaram no Japão logo que chegaram por lá, no século 16 (e Kasutera, o nome da loja, é mais ou menos como os japoneses pronunciam o nome ). A delícia virou tradição – o bolinho é normalmente oferecido de presente do outro lado do mundo.
A loja – que é também a fábrica – fica numa portinha simpática da Rua do Poço dos Negros, uma bifurcação da Calçada do Combro, que contorna o Bairro Alto. Abriu no final do ano passado e só fabrica a especialidade, em três sabores: tradicional, cacau e matcha. Sou suspeita porque AMO tudo feito à base de matcha . Segundo me confessou o confeiteiro Bruno, em breve deve ser lançado mais um sabor, que já está em fase de testes: saquê. Ansiedade define.
O castella atinge a perfeição depois de passar por um rigoroso processo de fabricação, que inclui fornadas em grandes tabuleiros de madeira, com mexidas metódicas da massa durante o processo de cozimento e, ao final, um repouso de horas até que possa ser cortado. Na loja, é vendido em embalagens (lindas de morrer!) de 300g e 600g.
Corri pra casa com a sacolinha que me dei de presente, ansiosa para experimentar a delícia de novo. Preciso confessar: quase acabei sozinha com a caixa daquele bolo alto, aerado e úmido ao mesmo tempo, com capinhas melosas em cima e embaixo e um saboroso gostinho de mel no final. Já não vivo sem.
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