As melhores casas de música ao vivo em Lisboa, pelo músico Bena Lobo
Morador de Lisboa há quase três anos, o carioca, filho de Edu Lobo, nos guia pelos seus endereços preferidos da cidade
O carioca Bernardo Lobo, o Bena, cresceu sem ter que fazer muito esforço para ouvir música de qualidade. No caso, não era preciso sequer sair de casa. Filho do músico Edu Lobo, ele se mudou de mala e cuia para Lisboa quase três anos atrás e se apaixonou pela cidade a ponto de nunca mais querer ir embora. No ano passado, lançou seu último disco, C’Alma, e agora se prepara para lançar o próximo, em junho – um tributo a Marcos Valle, onde só entram canções do compositor, além de duas que fizeram em parceria (uma em homenagem a cada um de seus filhos lisboetas, Maria e Antonio). O que mais gosta de fazer em Lisboa? Cantar, claro. E ouvir boa música. A seguir, ele divide seus lugares preferidos para isso na capital portuguesa:
Tejo Bar, em Alfama
É muito peculiar. Dificilmente existe outro bar como ele no mundo. Você não paga para entrar e senta para assistir a músicos diversos, do mundo todo, que vão surgindo e se revezando meio que no improviso. Fiquei emocionado quando entrei ali pela primeira vez. É minúsculo (cabem, sei lá, umas 30 pessoas), a plateia interage, é muito especial. Já fiz dois shows e dei inúmeras canjas ali e sempre saí de alma lavada – a prova de que não é preciso fazer um show para 10 mil pessoas para você ficar feliz!
Espaço Espelho D’Àgua, em Belém
Já fiz três temporadas aqui e considero dos lugares mais lindos de Lisboa. Aquela vista do Tejo é especial. As pessoas conhecem pouco, mas a sala de concertos é fantástica! É um lugar perfeito para shows menores. E depois você ainda pode sentar para comer – o chef é brasileiro e faz umas misturas deliciosas. A moqueca é imperdível (mas a pizza também!).
Mesa Kreol, na Sé
Aqui você sai do ambiente Europa e mergulha diretamente na África – mais especificamente na atmosfera cabo-verdiana. A comida é deliciosa e a música é mais no esquema voz e violão. As pessoas vão chegando, dando canja… é muito legal.
Tasca do Chico, no Bairro Alto
Me emociona ver como os portugueses cultuam e preservam o fado. É bonito de ver, eles cantam tudo acústico, sem microfone, soltam o gogó mesmo. A Tasca do Chico tem ainda todo o astral do Bairro Alto – e fica perto da Garrafeira Alfaia, que já não é a mesma desde a saída do Pedrão, mas continua a ter bons vinhos. Outra casa de fados que eu gosto é a Mesa de Frades, em Alfama.
Fábrica Braço de Prata, em Marvila
É um centro cultural que tem uma proposta muito bacana – às vezes chega a ter três shows acontecendo ao mesmo tempo, um em cada sala! É meio caótico, mas é um caótico que dá muito certo. Pode ter certeza: sempre vai ter músico muito bom ali, a curadoria deles é incrível. E de quebra tem ainda o momento muito legal de Marvila, bairro que está cheio de novidades.
Grandes teatros
Entre os espaços para grandes shows em Lisboa os meus preferidos são o Teatro Tivoli, na Avenida da Liberdade, que é lindo, incrível e tem um som muito bom; o CCB, em Belém, que, além do teatro, tem museu e espaços para comer; e o Coliseu, na Baixa, que é muito lindo e onde, curiosamente até hoje eu só assisti a shows de músicos brasileiros como Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia…
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