Piacere, Itália!

Depois de passar um mês rodando a Toscana, Bárbara Ligero caiu de amores pela terra da bota e se matriculou em um curso de italiano. Atualmente, está aprendendo a gesticular com perfeição
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Veneza instalará catracas, cobrará ingressos e exigirá reservas

A medida visa principalmente os visitantes de um dia, como os passageiros de cruzeiros. Os ingressos poderão chegar a R$ 50 na alta temporada

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 4 jul 2022, 14h21 - Publicado em 3 set 2021, 12h11

“Para entrar na cidade pousada sobre a água será necessário reservar, pagar uma taxa de entrada e passar por catracas posicionadas nos principais pontos de acesso ao centro histórico. Tal qual um museu”, dizem os apoiadores da medida. “Como um parque de diversões”, bradam os opositores. Foi assim que o jornal italiano La Stampa divulgou a notícia de que as autoridades locais pretendem enfim tornar Veneza a primeira cidade do mundo com ingressos pagos e limitados.

A ideia existe pelo menos desde 2018 (minha vizinha de blog Dri Setti já falava disso em 2014) e já tinha sido testada em algumas ocasiões especiais, como no Carnaval de Veneza. A expectativa era que ela fosse totalmente implementada em 2020, mas a pandemia do coronavírus fez com que os planos fossem adiados. Agora que o centro histórico voltou a registrar 240 mil visitantes no feriado da Páscoa, entre sábado e segunda-feira, os italianos parecem mais determinados do que nunca a resolver o problema da lotação.

Segundo o prefeito Luigi Brugnaro, a partir de 1º de agosto de 2022, os turistas que desejam conhecer Veneza em passeios de bate e volta deverão reservar a visita com antecedência através do site Venezia Unica. Por enquanto, não será cobrada nenhuma taxa. Mas a partir de 16 de janeiro de 2023 a entrada vai custar € 3 na baixa temporada e € 10 na alta, algo como R$ 15 a R$ 52 na cotação atual. O preço também pode variar em finais de semana e feriados.

Os turistas hospedados em hotéis da região, que já pagam uma taxa de € 5 por dia, terão direito a acessar o centro histórico quantas vezes quiserem durante o período da estadia sem custos adicionais. Ainda não ficou claro se pessoas que ficam em imóveis alugados por temporada também estarão isentos. Já os moradores, estudantes, trabalhadores e todas as crianças menores de 6 anos terão a entrada automaticamente liberada. 

As autoridades locais têm mirado principalmente nos turistas que passam um único dia na cidade. Há o entendimento de que, além de lotarem o centro histórico, eles geram menos renda para os negócios locais, já que não se hospedam em nenhum hotel e muitas vezes não comem nos restaurantes. Isso também inclui os cruzeiristas. Desde o dia 1º de agosto de 2021, os navios estão banidos de atracar no centro histórico de Veneza.

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O aplicativo usado para liberar as catracas também servirá para rastrear os celulares dos turistas. O prefeito Luigi Brugnaro garantiu que os dados coletados permanecerão em sigilo e que o objetivo da “vigilância” é apenas tornar o turismo de Veneza mais sustentável.  Esse controle também será feito através de câmeras de segurança, que a cada 15 minutos farão uma análise do nível de lotação da cidade.

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