Sul-coreano está viajando de bicicleta pelo mundo há três anos; conheça a história dele
Jeong Hwan Kim é um mochileiro de 31 anos que já passou por 36 países. Com quase nenhum dinheiro. O transporte? Quase sempre, a bicicleta. A hospedagem? Casas de pessoas que ele conhece por aí. Em último caso, ele acampa em qualquer cantinho.
Viajando há três anos e oito meses, o sul-coreano começou sua saga pousando em Vladivostok, na Rússia. De lá, cruzou a friaca Sibéria (são quase 10 mil quilômetros) a bordo do famigerado trans-siberiano, até chegar à Finlândia. Na Europa, passou por 22 países. Depois, mirou o guidão da bicicleta para o leste e foi parar no Oriente Médio. Dali, encarou as areias do deserto do Saara para conhecer quatro países africanos, do Senegal ao Marrocos.
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Depois disso, o dinheiro, que já era escasso, acabou de vez. E Kim passou a pedir carona em navios para viajar para a América do Sul (seu próximo objetivo). Até tentou negociar trabalho, mas não rolou. Foi aí que seus conterrâneos souberam da história e, num ato de compaixão pelo nosso amigo mochileiro, fizeram uma vaquinha para ele comprar uma passagem de avião.
Kim desembarcou no Ushuaia, Argentina, e foi pedalando pela Patagônia, pelos Andes e pelo Uruguai até vir parar no Brasil. O sul-coreano está aqui desde o começo de 2014 e viu dois grandes eventos nacionais ~com seus próprios olhos~: a Copa do Mundo e as eleições presidenciais.
“Eu não sabia muito sobre o Brasil antes chegar aqui. Gostei muito das belezas naturais, da generosidade das pessoas, da diversidade cultural, e da culinária diferente em cada lugar. A Copa e as eleições me fizeram pensar nos paralelos e nas diferenças entre as culturas que conheci pelo mundo, e em compará-las com a minha.”
Olha esse vídeo lindão que ele fez só com as belezas do Brasil:
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Depois de se esbaldar pelas belezas naturais brasileiras, Kim está em São Paulo, onde deve passar mais uma temporada antes de subir na bike rumo ao seu destino final: o Alasca, nos Estados Unidos. O motivo do marasmo? A câmera dele quebrou, e o mochileiro está tentando consertá-la.
Sim, nem tudo na vida de um mochileiro são flores. Na verdade, há muito mais perrengue do que paisagens bonitas e vídeos inspiradores.
“O que as pessoas não percebem é sair da zona de conforto e tentar coisas diferentes traz dificuldades, mas vale a pena pelo aprendizado. Procure por soluções criativas, espere pelos momentos certos, mas tente aproveitar todas as experiências, mesmo que sejam difíceis. Resumindo em uma frase bem brasileira e muito engraçada: “rapadura é doce, mas não é mole não!”