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Acampar ajuda a regular as horas de sono, diz estudo

Se você tem dificuldade para dormir, ou quer acordar mais cedo, precisa passar um tempo em um camping na natureza - entenda o porquê

Por Ludmilla Balduino
Atualizado em 27 fev 2017, 14h34 - Publicado em 7 fev 2017, 21h12
Turma de amigos acampando e sentados em volta da fogueira, à noite
Além de melhorar o sono, acampar também nos ajuda a aproximar dos amigos <3 (Pexels/Pixabay/)
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Às vezes, a solução para combater a insônia pode ser mais simples do que tomar pílulas ou fazer rituais noturnos. Um estudo publicado no Current Biology pelo norte-americano Kenneth Wright, da Universidade do Colorado, dos Estados Unidos, concluiu que dormir ao ar livre ajuda o organismo a ajustar o seu relógio biológico para descansar nos momentos certos e da maneira correta.

De acordo com a pesquisa, a exposição do corpo à luz natural ajuda a sincronizá-lo ao ritmo circadiano ditado pelo ciclo natural do dia e da noite. Wright discorre sobre a influência da luz elétrica sobre o ritmo circadiano em humanos – de acordo com ele, quem fica exposto à luz artificial por mais tempo do que deveria tende a dormir mais tarde e a ter ciclos de sono intermitentes.

Para comprovar sua teoria, o pesquisador levou um grupo de oito pessoas para as Rocky Mountains em julho de 2013 para acampar por duas semanas. Os acampantes foram expostos à luz solar quatro vezes mais do que as pessoas que vivem uma rotina urbana de trabalhar, estudar e passar a noite em ambientes fechados com iluminação artificial.

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Depois de sete dias dormindo em barracas ao ar livre, expostos apenas à luz natural e à luz de fogueiras, os participantes da pesquisa ajustaram naturalmente o relógio biológico deles ao relógio do meio ambiente. Assim, passaram a acordar mais cedo e ir dormir mais cedo, e tiveram sono mais profundo.

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E a mudança não foi apenas comportamental: ao mesurar o nível de melatonina – hormônio produzido pelo organismo à noite, quando fechamos os olhos, e que está ligado à função de regular o sono -, Wright descobriu que as pessoas que continuaram vivendo na cidade tinham atrasos na produção do hormônio, o que as levavam a dormir mais tarde e a ter sono de má qualidade. O atraso chegou a ser de até 2h36 em relação às pessoas que passaram o tempo acampando na natureza.

Gramado com barraca de camping, fogareiro e canga em um dia de sol num campo aberto
Acampar ao ar livre: uma forma maravilhosa de se integrar à sua natureza (markusspiske/Pixabay)

Numa segunda etapa da pesquisa, Wright levou pessoas para acampar por apenas um fim de semana, e comparou os comportamentos e os níveis de melatonina e exposição ao sol com os de pessoas que passaram o fim de semana em casa. E os resultados foram bem parecidos. Isso quer dizer que não é preciso se enfiar no meio do mato por muito tempo para voltar a ter um sono ideal.

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Aliás, Wright indica que a simples mudança de hábito, como expor-se mais à luz do sol matinal e evitar a luz artificial das lâmpadas domésticas e das telas dos celulares e tablets à noite podem ajudar – e muito – a regular o sono.

O pesquisador ainda pontua em seu artigo que a humanidade transformou o modo de vida depois da invenção das redes de energia elétrica nos anos 1930. Segundo ele, a habilidade de controlar nossa exposição diária à luz aumentou muito o nosso tempo realizando atividades em interiores de casas e prédios.

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Ou seja, graças a isso, dispensamos horas de sono em troco da produtividade – somos cobrados por nós mesmos (e claro, pelo sistema) a estudar e trabalhar por mais tempo, em prol de noites de sono tranquilas e naturais.

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