Como quase todo garoto que gostava de futebol, sonhei em ser jogador, mas sempre ficar entre os últimos escolhidos no par ou ímpar logo me mostrou que não seria esse o meu caminho. Resolvi então que seria astronauta, outro clássico infantil, mas logo me desanimaram, parece que não era tão fácil assim chegar até o espaço.
Um dia ainda criança, deitado na cama, vi todas as estrelas e planetas brilhando. Adormeci olhando para todos aqueles adesivos fosforescentes colados no teto e tive um sonho: eles estavam errados, eu tocava as estrelas.
Anos depois, estava eu tomando banhos gelados, comendo muita poeira em dias de calor infernal e enfrentando noites de temperaturas negativas dentro de uma barraca, tudo isso carregando minha inseparável mochila e colecionando improvisos.
Me perguntam se existem mesmo pessoas que gastam tempo e dinheiro com isso. Existem, sim, e nós chamamos isso de férias.
E precisa passar tanto perrengue assim?, pode alguém perguntar.
Olha, nem sempre, mas a gente gosta, é uma loucura meio difícil de explicar.
Mas é fato, certos lugares são alcançados apenas com uma mochila e certa dose de aventura. Até existem opções que podem proporcionar pequenos confortos, mas certamente o luxo passará longe das suas possibilidades.
E por que embarcar numa dessas?
Bem, esses lugares remotos são especiais, dotados de uma energia indescritível, são capazes de fazer você superar limites, expandir sua visão de mundo e lhe ensinam a enxergar e valorizar as pequenas coisas.
E me desculpem, me equivoquei, existe sim um grande luxo disponível nesses lugares: você se reconecta com a natureza, se reconecta com você.
Por que eu embarquei nessa?
Porque eu tive um sonho e em uma noite mágica percebi que eles estavam errados: eu toquei as estrelas. Sim meus amigos, eu toquei as estrelas e não estava dormindo.
E você, já sonhou hoje?
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