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Verão na Europa parte 4: Cap de Creus, um segredo bem guardado

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h10 - Publicado em 11 jul 2008, 17h07

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Quando conversei com o Ric sobre a Costa Brava, dei uma de chata. E falei que achava, sem nunca ter ido, que Tossa del Mar, para onde ele foi com a Carmen – a mais fiel e fofa leitora catalã dos blogs do Viaje Aqui – não era lá muito legal. E que gostava mais do “north shore” desta parte do litoral.

Mordi a língua depois do post lindo e delicioso sobre a viagem com a Carmen. E fiquei louca para conhecer Tossa. Mas, Ric, da próxima vez, vou te arrastar até o meu pedaço pra você ver que não estou maluca.

Meu cantinho preferido no litoral norte da Catalunha é o Parque Nacional de Cap de Creus, uma área de 90 hectares totalmente deserta, justamente onde os Pirineus encontram o mar, na pontinha mais a leste da Península Ibérica.

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Mesmo que o lugar não tivesse sido declarado parque nacional em 1988, creio que a especulação imobiliária não teria avançado de maneira tão voraz por ali. Cap de Creus é onde esta costa é mais brava: as pedras são ásperas e pontiagudas, o acesso às micro praias é difícil (sobe barranco, desce barranco) e a única vegetação por ali é basicamente formada por espinhos. O vento é uma constante e em certos dias dá a sensação de que uma pessoa mais magrinha pode até sair voando.

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Mas a água tem um azul cristalino profundo, trechinhos secretos de areia surgem a cada reentrância da montanha e o silêncio é absoluto. Todos em Cap de Creus parecem estar com um sorriso no rosto como quem diz “estou em um lugar especial e sei o valor que isso tem”. As pessoas se cumprimentam nas trilhas, fica todo mundo fica peladão – ou não – numa boa e os grupos numerosos e farofentos só aparecem no auge do auge do auge do verão. E olhe lá.

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E é justamente essa personalidade forte, essa natureza poderosa e esse jeitão de fim do mundo que me encanta. O único hotel-restaurante (+34 972-199-005) de Cap de Creus funciona no antigo prédio da administração do farol e leva o nome do parque. O lugar é um dos meus maiores achados, meus maiores xodós. Rústico, sem frescuras mas muuuuuito charmoso, tem apenas quatro quartos que custam 80 euros por noite há milênios. E nem a Angelina Jolie nua consegue uma vaguinha lá no verão se não reservar com meses de antecedência.

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O hotel-restaurante: se o mundo acabar, você será o último a saber

O restaurante também é excelente. Serve peixes fresquíssimos, produtos da região, bons queijos e um mató (queijo fresco típico daqui) com mel que é de chorar. É Mediterrâneo puro. O staff é gente boníssima, jovem e parece estar sempre a duas doses a mais do que o resto da humanidade. Buen rollo total, como se diz por aqui.

Por favor, não espalhe.

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Como chegar: a única maneira é vir de carro. O restaurante fica a dez quilômetros de Cadaqués, seguindo pela estradinha que leva a Port Lligat, onde fica a casa do Dalí.

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