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Uma odisseia rumo ao paraíso (com emoção)

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h00 - Publicado em 13 fev 2010, 12h13
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Ilhas Togean, no Sulawesi, Indonésia: loooonge, muito longe

“Estamos no barco errado!”, disse meu namorado roxo de calor e empapado de suor. Descabelada, vermelha e imunda, agarro novamente a minha mochila (que àquelas alturas parecia pesar o dobro), abro caminho entre a multidão de olhos puxados – todos voltados para mim – e faço um esforço descomunal para deslizar por uma maldita escadinha com o mínimo de dignidade para chegar até o porão do ferry.

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Havia outro barco naquele porto de Gorontalo, na ilha do Sulawesi. E foi em direção a ele que corremos como se o mundo fosse acabar. Uma vez à bordo… FOOOOOOOOOMMM. Ouço o partir o ferry que poderia ter me levado por engano a alguma parte obscura (e obscuro não é maneira de dizer) da Indonésia.

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Na classe econômica, condições de navio negreiro; na executiva, karaokê bombando

Aliviadíssima, finalmente me acomodo na poltrona da “business class”, uma área privilegiadíssima do barco, com ar condicionado, poltronas ultra reclináveis e o real motivo pelo qual alguns indonésios se dispõem a pagar um pouco mais pela viagem: KARAOKÊ (que entraria em ação às sete da matina, para desespero dos ocidentais embarcados, isto é, nós).

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As 13 horas de viagem em ferry boat – com direito ao vizinho de poltrona gritando durante um pesadelo e adolescentes testando a função MP3 do celular às 4 da manhã — eram apenas a penúltima etapa (ainda restavam 15 minutos de lancha até o destino final) de uma odisseia de 26 horas que começou com uma viagem de da ilha de Lembeh ao porto de Bitung, no norte do Sulawesi, mais duas horas de van até a cidade de Manado e, finalmente, 7 horas de táxi (que foram exatamente como estar numa montanha-russa infinita, com a diferença de que o motorista fumava Gudang Garang ininterruptamente) até o porto onde pegamos o ferry, em Gorontalo. Some aí mais uma espera aqui e ali e um pneu furado.

Pra que tudo isso? Para chegar às Ilhas Togean, um paraíso remoto, muuuuuito remoto, que apresentarei a vocês no próximo post.

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