Obrigatório para qualquer um que venha a Barcelona, o Bairro Gótico também é o purgatório da beleza e do caos da cidade. Lá estão a catedral gótica, a Iglesia del Pi, a Plaça Reial e muitas outras atrações de peso. Mas o coração do Centro Histórico também é um território minado de pegadinhas, restaurantes péssimos, lojas vagabundas, ruas inundadas de xixi e outras misérias. Separar a areia da farofa nem sempre é fácil ao passear pelo bairro, mas existe uma quebrada que está à prova de roubadas. Meu lugar favorito por lá é um maravilhoso corredor ladeado de edifícios lindamente góticos que esconde (literalmente) galerias, restaurantezinhos fofos, lojas bacanas e outras delícias.
O mapa abaixo assinala os lugares que valem a pena. Deixo aqui o link para quem quiser acessar.
A referência para encontrar essa joia é o grande edifício dos Correios no Passeig d’Isabel II. No fundo do prédio você vai encontrar uma rua estreitíssima que leva até uma das pracinhas mais charmosas do bairro, de onde se vê parte da muralha fazendo jogo com uma oliveira ancestral. Ali fica o Cafe Babel. Dê um jeito de conseguir uma mesa no lado de fora e você corre o risco de ficar lá até o bar baixar a persiana (a comida é gostosinha, diga-se de passagem).
Ao lado da praça você verá uma ladeira suave. É nela que começa a Baixada de Viladecols, que emenda com a Carrer dels Lledó e, depois de cruzar a Jaume I, muda o nome para Dagueria até que desemboca no fundão da catedral. Basicamente, é só seguir reto e ir curtindo o caminho.
Logo de cara você verá s sorveteria artesanal Swiit Ice Cream. Coisa fina. E, além de sorvetes orgânicos, também vende cafés de primeira e várias laricas. Seguimos. À direita está o L’Antic Bocoi del Gòtic, um restaurante aconchegante com comida catalã caseira honesta. Se estiver afim de algo mais cool, ande um pouco mais até o Le Bouchon, o gastrobar do hotel Mercer, a fina flor do alto design (entre para espiar e tomar um drinque no Mercer Cocktail Bar).
Neste pedaço você também verá algumas galerias de arte e lojas de qualidade, raridade no Bairro Gótico. Entre elas está a Otto Van Rhusk, de moda feminina apavonada. Mais adiante não deixe de espiar a Formatgeria La Seu, o mundo encantado dos queijos artesanais espanhóis.
Antes de cruzar a Jaume I, pausa para mais uma pracinha fofa, a de Sant Just, em frente à igreja homônima. Outra delícia de lugar para tomar um café.
Já tendo a catedral ao seu lado esquerdo, procure a entrada do museu Frederic Marès, que guarda a coleção privada do escultor que lhe dá nome. Mesmo e ficar com preguiça de ver o acervo, dê uma chegadinha no pátio interno. Com uma fonte central e um lindo jardim, o lugar é um verdadeiro oásis na parte mais frenética do bairro e revela ângulos lindos das torres da catedral. Em tempo: nos meses de calor, um barzinho esperto funciona ali, implorando por uma pausa, um vermute e um suspiro.
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