Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Vanuatu: tudo o que você precisa saber antes de ir

Como chegar, quando ir, quanto custa e outras informações essenciais para você montar a sua viagem a este paraíso do Pacífico Sul

Por Adriana Setti
Atualizado em 17 mar 2021, 12h54 - Publicado em 21 mar 2019, 12h51
Vanuatu
A cor do mar em Vanuatu vale cada segundo das 35 horas de viagem (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Se você me segue no Instagram @drisetti ou acompanhou a minha viagem a Vanuatu através dos stories do perfil da VT (clica lá nos destaques!), imagino que possa ser uma das muitíssimas pessoas que pediu encarecidamente para que eu entregasse o mapa da mina deste paraíso inexplorado. Aqui vai o primeiro post com dicas práticas. Caso fique com alguma dúvida, passa lá no @drisetti para deixar a sua pergunta! Prometo responder nos próximos dias.

Vanuatu
A cor do mar em Vanuatu vale cada segundo das 35 horas de viagem (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Como chegar a Vanuatu?

O principal aeroporto do arquipélago fica em Port Vila, a capital, na ilha de Efate. Há voos diretos até lá partindo tanto da Nova Zelândia (Auckland; 3h) como da Austrália (Sydney e Brisbane; 4h e 3h respectivamente), além de Fiji (Nadi; 1h30) e Nova Caledônia (Noumea; 1h30).

Para quem vai atravessar o mundo pra chegar lá, portanto, o mais lógico é empacotar a Vanuatu dentro de um rolê pelo Pacífico Sul. Ir do Brasil a Vanuatu seria a maior maratona aérea da sua vida. Caminho mais “rápido”: São Paulo (GRU) >> Santiago do Chile >> Sydney >> Port Vila (35h).

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Air Vanuatu: a única companhia que faz os voos internos, por precinhos nada camaradas (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Qual a melhor época para viajar a Vanuatu?

O clima em Vanuatu é quente e úmido o ano todo. Mas convém driblar a temporada de ciclones e chuvas mais intensas, que vai de novembro a abril. Nessa época, o tempo é uma loteria. Mesmo sabendo disso, passei 16 dias lá em fevereiro (auge do período menos recomendado, quando alguns hotéis fecham). Peguei os 8 primeiros dias de sol espetacular, achei que estava abafando e depois tomei o ciclone Oma na cabeça (tema para outro post).

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Dia de sol glorioso em plena temporada de chuvas, dias antes da chegada do Ciclone Oma (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Que tipo de alojamento existe em Vanuatu?

A ilha principal (Efate) tem um pouco de tudo, desde hotéis e bangalôs simples a resorts de luxo. Já no resto do país, a infraestrutura para receber visitantes ainda é incipiente. Na segunda ilha mais frequentada pelos viajantes (Espiritu Santo), por exemplo, há meia dúzia de resorts confortáveis administrados por estrangeiros (quase sempre australianos). Mas, nas praias mais bonitas, o alojamento é feito em bangalôs de bambu que pertencem a famílias locais, com energia de gerador algumas horas ao dia, banho frio e forte interação involuntária com a fauna local. Para mim, a segunda opção rendeu uma experiência maravilhosa. Mas pode ser roubada para quem tem um nível de frescura (e de medo de barata e aranha) entre moderado e alto.

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Meu amado bangalô no Chez Louis, em Port-Olry (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Beachfront resort: acomodação boa e barata em Espiritu Santo (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Qual o preço das coisas em Vanuatu?

Alguns poucos hostels e campings são os únicos tipos de acomodação realmente baratas (menos de US$ 30). Por um bangalô estilo Survivor, espere pagar entre US$ 50 por dia com café da manhã. Por um quarto básico com ventilador em um resort econômico, o preço sobe para US$ 70. Nos mais bacanas, as tarifas começam em US$ 100 e o preço dobra se você quiser ar condicionado. O preço não varia muito entre a alta e a baixa temporada. Você só consegue pechinchar se for ficar vários dias (uma semana ou mais).

Um PF de peixe sai por pelo menos US$ 10. Nos restaurantes mais ajeitadinhos, os pratos custam entre o dobro e o triplo disso. Bebidas alcoólicas encarecem bastante a viagem, já que uma mera cerveja custa uns US$ 5 e uma garrafa d’água grande uns U$ 4. Vinhos (importados da Nova Zelândia e da Austrália) começam em pelo menos US$ 35 por garrafa.

Em Vanuatu, todo palmo de terra tem dono, incluindo praias, cachoeiras e rios. Isso significa que é normal você ter que pagar ingresso para quase tudo. Entrar na famosa Champagne Beach, por exemplo, custa US$ 18 por carro ou U$ 6 por pessoa a pé. Para entrar na Cachoeira de Male, principal atração de Efate, o preço é US$ 18 por pessoa. Ou seja, vai somando…

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Champagne Beach: uma das atrações pagas de Vanuatu (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Piscina cristalina na cachoeira de Male, em Efate: US$ 18 só o sorriso (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Piscina cristalina na cachoeira de Male, em Efate: US$ 18 só o sorriso. Mas o que realmente encarece a viagem é o transporte. Alugar um carro muito básico custa pelo menos US$ 60 e qualquer passeio turístico sai por mais do que isso por pessoa. Os voos internos também são proporcionalmente salgados, já que são monopólio da Vanuatu Airlines. Ir e voltar de Port Vila a Espirito Santo, por exemplo, custa uns US$ 300 (por meros 45 min!), sendo que o preço do voo entre Vanuatu e a Austrália custa uns US$ 400. A alternativa barata é ir de ferry. Mas eles são lentos e operam algumas vezes por semana/mês, dependendo da rota.

Que moeda levar a Vanuatu?

A moeda de Vanuatu é o Vatu e dinheiro estrangeiro só costuma ser aceito em último caso (tipo: o caixa eletrônico não funciona há uma semana por causa do furacão e você precisa pagar o bangalô). Entre as moedas estrangeiras, a mais fácil de trocar é o dólar australiano.

Qual o idioma de Vanuatu?

Vanuatu foi uma colônia compartilhada por franceses e britânicos – uma situação bem peculiar, diga-se. Nas áreas de maior influência britânica, fala-se mais inglês. Nos redutos que foram dominados pelos franceses, ainda reina o francês. Em Espírito Santo, por exemplo, o inglês predomina em Luganville (a capital) e, em Port-Olry, a 40 quilômetros, fala-se francês. Fora isso, há dezenas de dialetos locais. Para que toda essa gente se entenda, o idioma comum é o bislama, uma hilariante versão rústica do inglês misturada com francês e línguas locais. Em muitos casos, o bislama nada mais é que o inglês escrito como se fala. Tipo: good afternoon = gud aftenun. Em outros, é uma mistura de francês com inglês e fofura. Chore: I don’t know = Mi no save. Como não amar?

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