Tailândia sem muvuca, parte 5: a faceta desconhecida de (acredite!) Phuket
Eu não conhecia e já não gostava de Phuket. Tinha, inclusive, praguejado contra a ilha e a acusado de ter tudo o que a Tailândia tem de pior: turismo de massa, prostituição ostensiva, bares com neon tocando Britney Spears no último volume e praias abarrotadas. Sim, é tudo verdade. Mas achar que Phuket é só isso (ou seja, só a praia de Patong) é a mesma coisa que achar que o Rio é só a favela e outras generalizações tipicamente resultantes da ignorância.
Dou o meu braço a torcer em praça pública: amei Phuket.
Xeretando no Lonely Planet e perguntando para alguns estrangeiros que moram na Tailândia, acabamos descobrindo que a região noroeste de Phuket, já pertinho do aeroporto, ainda é extremamente – e milagrosamente — tranquila. As praias de Ao Bang Thao e Hat Nai Ton tem alguns hotéis e condomínios de super luxo discretamente (para os padrões tailandeses) posicionados nas encostas. E as praias de Hat Nai Yang (onde me hospedei) e Hat Mai Khao (um parque nacional que cobra entrada de 4 euros aos estrangeiros que não sabem que se pode entrar a pé pela praia) são frequentadas por um público 90 por cento tailandês. O resultado? Praias vazias, já que os ricaços não ensaiam muitos passos fora dos domínios de seus resorts e os tailandeses não são nada chegados numa areia, preferindo a sombra do bosque fresquinho e perfumado que cerca a praia.
Longe do frenesi turístico das praias pop de Phuket, descolei um super bangalô (Daeng Bangalow: wattana@hotmail.com), amplo, limpíssimo, com ar condicionado e administrado por um casal fofíssimo por apenas 16 euros por noite (o mesmo que paguei por uma reles choupana de palha em Phi Phi, para que se tenha uma noção).
O melhor de tudo, porém, foi curtir uma praia a la tailandesa num domingão em Hat Mai Khao. Meu namorado e eu éramos os únicos gringos naquele bosque de frente para o mar. Numa barraquinha de comida, compramos um mega peixão assado, FRANGO assado, salada de papaia picante e uma(s) cervejinha(s). Agilizadas que só elas, as cozinheiras trataram de providenciar uma esteira, pratinhos e talheres. Dançamos realmente conforme a música. Inclusive tomando algumas a mais (e os tailandeses tomam uísque!) e dormindo de barriga pra cima ao lado dos ossinhos de frango. Faltou apenas a farofa.