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Tailandia de norte a sul: as meninas do pescoco comprido

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h13 - Publicado em 1 mar 2008, 07h03

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Como já dizia no post anterior, muita gente costuma ficar uma semana ou mais em Chiang Mai. A calma é necessária para quem se anima a fazer os passeios que duram dois ou três dias, a melhor maneira de explorar a natureza dos seus arredores, que tanto entusiasma os gringos que nunca viram floresta tropical. Quem embarca no trekking de três dias pernoita em cabanas improvisadas em aldeias onde vivem povos quase primitivos.

Com menos tempo, vale contratar passeios de um dia, onde a sola do sapato é trocada por uma van e, rodando muitos quilômetros, é possível ver um pouco de tudo.

O mais amalucado dos passeios (mais de 700 km em um dia, haja bunda!) é um que sai de Chiang Mai em direção a Chiang Rai (onde fica o maravilhoso e moderno White Temple, todo branco, como o nome já diz), passa pelo Golden Triangle – a fronteira entre Laos, Myanmar e Tailândia, que no passado foi uma das principais regiões produtoras de ópio e heroína do mundo – e, finalmente, chega à tribo das famosas mulheres de pescoço comprido (foto).

É um choque cultural indescritível ver aquelas meninas e mulheres, invariavelmente lindas, com pescoços deformados por sucessivas argolas de metal que são adicionadas de tempos em tempos para a distância entre os ombros e a cabeça aumente mais e mais.

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Segundo a tradição da tribo, as argolas protegiam as mulheres, frágeis e indefesas, das mordidas letais dos animais selvagens. Hoje em dia, porém, as meninas são o ganha pão daquela gente, refugiados do Myanmar que, após amargar anos em campos (ainda há milhares de refugiados vivendo em campos naquela região) ganharam alguns direitos, mas ainda não são considerados cidadãos tailandeses.

Os meninos do povoado freqüentam a escola. E às meninas resta estar o dia todo trabalhando com teares e tirando fotos com os turistas. Impossível não ter a sensação de um zoológico humano. Mas sabe deus o que seria dessas meninas se não fosse o turismo.

Aos interessados: A maioria das guest houses (pousadas familiares) oferecem estadia “grátis” para quem fechar todos os passeios com a própria. Reservando desde a TAT (agência de turismo federal, em Bangkok), sai mais um pouco mais em conta do que chegar de mãos abanando em Chiang Mai.

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