Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Serengeti X Kruger: um duelo entre os parques nacionais mais famosos da África

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h37 - Publicado em 14 Maio 2014, 13h47

Com um mínimo de pé quente, você vai fazer “tic” nos big five (leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte), seja no Serengeti, na Tanzânia, ou no Kruger, na África do Sul. Mas, além da bicharada, há outros fatores de peso a ter em conta antes de se jogar na savana. A seguir, um duelo (e um empate técnico), entre os parques nacionais mais célebres da África quando o assunto é safári.

 

O visual do Serengeti

O visual do Serengeti

O jeitão do Kruger, com sua mata frondosa

O jeitão do Kruger, com sua mata frondosa (foto de divulgação Royal Malewane)

 

Lupa X binóculos

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No Kruger, a mata é bem mais frondosa, especialmente na época de chuvas (janeiro a março). Sendo assim, encontrar os animais envolve rastrear o chão em busca de pegadas e estar atento a movimentos entre os arbustos – justamente por isso, nas reservas privadas os rangers contam com a ajuda de um tracker (o “rastreador”, guia local que conhece a savana como a palma da mão). Já o Serengeti é aquela vastidão rasteira inacreditavelmente bela e pontilhada de árvores solitárias (que você vê na foto lá de cima), que inspirou o cenário de O Rei Leão. Nessa savana ao pé da letra, a felicidade é um par de binóculos bem focados, para enxergar os animais ao longe (os míopes que se preparem).

 

Rinoceronte: presença garantidíssima no Kruger. Já no Serengeti... não sei não... (foto de divulgação Royal Malewane)

Rinoceronte: presença garantidíssima no Kruger. Já no Serengeti… não sei não… (foto de divulgação Royal Malewane)

Rinocerontes X Gnus

Os big five estão presentes tanto no parque da Tanzânia como na África do Sul. Mas a África do Sul concentra 80% dos rinocerontes que restam no planeta, e eles dão mole na área do Kruger. No Serengeti, é bem mais difícil encontrá-los (eu, por exemplo, não tive essa honra). O parque sul-africano também abriga outros bichos raríssimos, como os cachorros selvagens, quase extintos. Já no Serengeti, a triunfal migração de milhões de gnus, seguidos por oceanos de zebras, é algo para ver antes de morrer. Também é muito mais fácil ver animais magníficos como guepardos e leopardos por lá. Outra diferença está na quantidade de animais. No Kruger, os grupos costumam ser menores, sejam eles de búfalos, elefantes ou girafas. No Serengeti, eles aparecem em bandos enooooormes.

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Guepardos dando mole no Serengeti

Guepardos dando mole no Serengeti

Este vídeo mostra a loucura da migração dos gnus:

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Cachorro selvagem: mais fácil no Kruger

Cachorro selvagem: mais fácil no Kruger

 

Leopardo maravilhoso no Serengeti

Leopardo maravilhoso no Serengeti

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Mochila X Mala Vuitton

Alugar um carro baratex e embrenhar-se no Kruger (taxa US$ 15/dia) é o jeito mais barato e fácil de fazer um safári. O parque ainda tem uma lista enorme de hotéis e acampamentos baratos. Por outro lado, a vida é dura para duros no Serengeti (taxa US$ 50/dia): o acesso costuma ser feito de avião monomotor e o céu é o limite para o preço das acomodações e dos safáris (vou falar disso em detalhes nos próximos posts).

 

Monomotor pousando na savana é o way of life do Serengeti. No Kruger, qualquer carrinho econômico alugado resolve.

Monomotor pousando na savana é o way of life do Serengeti. No Kruger, qualquer carrinho econômico alugado resolve.

Aberto X Fechado

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O típico veículo de safári no parque sul-africano é um 4X4 aberto, com ou sem proteção contra sol e chuva, que pode comportar de nove a 20 pessoas com vento no rosto garantido. No Serengeti, as expedições acontecem em carros fechados equipados com grandes tetos solares (dá pra levantar e colocar a cabeça para fora).

 

Típico jipe de safári no Serengeti: você vai só com a cabeça pra fora, tipo um telescópio

Típico jipe de safári no Serengeti: você vai só com a cabeça pra fora, como um telescópio

 

Insetinhos X Insetões

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Eu sou um imã para insetos e espero, do fundo do coração, que você tenha mais sorte que eu. No Kruger, levei incontáveis picadas de insetinhos minúsculos e não identificados. No Serengeti, a coisa piora: o perrengue da região atende por mosca tsé-tsé — sim, aquela que pode transmitir a doença do sono. A doença — ufa, ufa e mais ufa — é raríssima. Mas as picadas são inevitáveis. Para quem não conhece, ela é uma prima-irmã da mutuca. Com sorte, você sente a picadinha e esquece do assunto. Com azar, você tem uma baita alergia (eu graças a deus não tive, mas os guias disseram que é bastante comum). Para evitá-las, evite usar roupas azuis ou pretas, o que melhora um pouco a situação. Ambos os parques são considerados zona de risco de malária. No Kruger, o risco é baixo. No Serengeti, é entre moderado e alto. Na África do Sul, não tomei os remédios preventivos. Na Tanzânia, sim.

Muvuca X Muvuca

Não espere estar a sós com os animais em nenhum dos dois parques nacionais (para isso, você vai ter que espatifar o porquinho e ficar numa reserva privada). Pintou um leão ou um leopardo na área e todos os carros dos arredores vão parar para ver. Não cheguei a ver nenhum “congestionamento”, mas há muito mais gente circulando por esses fins de mundo do que sonha a vã filosofia.

 

Hora do rush no Serengeti

Hora do rush no Serengeti

 

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