Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Safári no Kruger Park: reservas privadas X parque nacional

O dilema entre fazer safári no Kruger Park ou em reservas privadas é debatido por Adriana Setti, que fez os dois quando esteve na África do Sul

Por Adriana Setti
Atualizado em 30 ago 2017, 18h53 - Publicado em 14 abr 2014, 23h12
zebras - kruger national park - nelspruit - africa do sul
 (flowcomm/Flickr/Flickr)
Continua após publicidade

Zebras: presença garantida em qualquer lugar do parqueZebras: presença garantida em qualquer lugar do parque

Se você leu o post anterior (tudo o que precisa saber antes de fazer um safári no Kruger Park), já está no bom caminho. Agora é hora de resolver a questão existencial “reservas privadas X parque nacional”. Acredite, isso vai fazer MUITA diferença na sua experiência na savana sul-africana – palavra de quem testou ambas as possibilidades e pesou os prós e contras.

RESERVAS PRIVADAS

O que são

O lado ocidental do Kruger National Park (público) faz fronteira com mais uma área de cerca de 150 mil hectares de reservas naturais privadas que abrigam diversos hotéis de selva, os chamados safari lodges. Não há cerca entre essas reservas e o parque nacional em si, o que significa que os animais podem transitar livremente pra lá e pra cá. O mesmo não acontece com os seres humanos: o acesso às reservas privadas é restrito a quem estiver hospedado em seus respectivos hotéis.

O grande diferencial

O cerne da questão é que, dentro das reservas privadas, os 4X4 podem sair das trilhas demarcadas e, literalmente, chafurdar na mata. Para isso, os carros são menores (para, no máximo, 9 pessoas) e mais abertos (às vezes sem cobertura e sem proteção lateral) do que os que transitam pelo Kruger. Em outras palavras, você estará muito mais perto da natureza nessas reservas do que no próprio Kruger e também poderá seguir os animais savana adentro.

Continua após a publicidade

Típica configuração das reservas privadas: carros abertos, ágeis e com pouca genteTípica configuração das reservas privadas: carros abertos, ágeis e com pouca gente

Detalhes que fazem a diferença

Nas reservas privadas, um tracker local (rastreador) acompanha o ranger (guia) durante o game drive, detectando as pegadas no chão. Essa busca com lupa pelo animal torna tudo mais emocionante. Além do mais, um número limitadíssimo de 4X4s circulam por cada reserva, o que aniquila qualquer possibilidade de muvuca. Adicione hotéis com alta cozinha, serviço impecável e infraestrutura nababesca e você viverá alguns dos dias mais incríveis da sua vida.

Treker (na cadeirinha da frente) + ranger, a dupla dinâmica das reservas privadas (na foto, Ngala Game Reserve)Tracker (na cadeirinha da frente) + ranger, a dupla dinâmica das reservas privadas (na foto, Ngala Game Reserve)

Continua após a publicidade

Os contras

O preço é salgado. Dificilmente uma diária com game drives incluídos sairá por menos de US$ 500 por pessoa numa reserva privada. Também há uma questão logística a ter em conta. Obviamente, quando um 4X4 chafurda na mata atrás de um leopardo, ele sacode loucamente, atravessa teias de aranhas e faz com que os galhos das árvores se transformem em estilingues (que arremessam pequenos e grandes insetos para todo lado). Em muitos momentos, ainda que os guias tomem cuidado, é preciso abaixar e desviar. Isso tudo pode ser divertidíssimo para alguns (eu simplesmente delirei nesses momentos mais selvagens, apesar de ter levado trocentas picadas de insetos não identificados), ou um pepino para desavisados. Vi um senhor de 80 anos grunhir de dor nas costas a cada buraco e uma menina surtar de medo de aranha – tudo pura falta de informação sobre “onde estou me metendo”.

Momento off-road, cara a cara com o rinoceronte, na reserva privada do Royal MalewaneMomento off-road, cara a cara com o rinoceronte, na reserva privada do Royal Malewane

Alguns bons exemplos de hospedagem (falarei deles em detalhe nos próximos posts):

Continua após a publicidade

Royal Malewane

Sabi Sabi

Ngala

Ulusaba

Singita Sabi Sand

Continua após a publicidade

KRUGER NATIONAL PARK

O que é

É o “parcão” nacional em si, com uma área colossal de 2 milhões de hectares (o tamanho do estado de Sergipe).

O grande diferencial

A imensidão é uma vantagem. Durante as 3 ou 4 horas de duração de um safári, o guia pode percorrer quilômetros e quilômetros, o que aumenta as chances de encontrar os animais. O Kruger é cortado por pistas asfaltadas e também estradas de terra em ótimas condições, o que torna possível o self-drive: qualquer um pode alugar um carro e sair dirigindo dentro do parque. Além do mais, o parque oferece acomodação variada e democrática: de acampamentos para mochileiros a lodges de luxo.

Os veículos usados para os safáris econômicos dentro do KrugerExemplo dos veículos usados para os safáris econômicos dentro do Kruger

Detalhes que fazem a diferença

Os carros que rodam pelo Kruger têm cobertura contra sol e chuva e também sacodem bem menos, já que eles não podem sair das pistas principais. Isso faz com que o passeio seja mais cômodo (o senhor que grunhia de dor nas costas teria adorado estar dentro do Kruger ao invés de numa reserva privada) e também dá um certo distanciamento da natureza que é uma boa para quem tem medo de aranha, insetos e afins.

Continua após a publicidade

Olha o passo do elefantinho...Olha o passo do elefantinho…

Os contras

O Kruger National Park é uma das principais atrações da África do Sul, além de um programa fácil e acessível. Ou seja: tem sempre bastante gente (os game drives operados pelo parque nacional chegam a levar mais de 20 pessoas em veículos enormes). Também acho que o asfalto e as largas estradas de terra tiram bastante a graça da aventura.

Alguns bons exemplos de hospedagem:

Jock Safari Lodge

Lukimbi Safari Lodge

Singita Sweni Lodge

Skukuza Rest Camp (econômico)

Clique aqui para ver a lista completa de lodges, acampamentos e outras formas de acomodação dentro do Kruger National Park

OPINIÃO DA BLOGUEIRA

As reservas privadas são definitivamente o suprassumo da “experiência safári” (a menos que você tenha fobia de aranhas e insetos e prefira manter uma distância de segurança da natureza). Uma vez que safári é uma coisa que muita gente faz uma vez na vida, acho que vale muito raspar o cofrinho e investir no upgrade.

Siga @drisetti no Tiwtter

Publicidade