Tive sorte de ter a Praia do Patacho a poucos metros da minha cama durante doze dias. Mas também me senti imensamente afortunada por estar a mais ou menos um quilômetro da fofíssima Porto de Pedras. Última parada da chamada “Rota Ecológica” antes de cruzar a balsa que leva até Barreiras e, mais adiante, à muvucada Maragogi, esta cidadezinha é um reduto de tranqüilidade e formosura que parece ter parado no tempo.
Há alguns casarões coloniais respeitáveis em sua pracinha e os demais edifícios que se distribuem por sua rua principal são pintados em cores alegres. Nada de bagunça: a maioria de seus moradores são evangélicos e musica alta e bebedeiras (muitos mercadinhos nem vendem bebidas alcoólicas!) não combinam com o lugar.
O povo é amável, amabilíssimo. E fazer as comprinhas do dia a dia, para mim, acabou sendo tão prazeroso quando ficar largada na praia (isso certamente tem a ver com o fato de eu estar acostumada à frieza generalizada do dia a dia em Barcelona).
O caminhão-feira passa por lá algumas vezes por semana. Esses momentos, para mim, eram um delírio. Carregado de frutas deliciosas (e baratíssimas!) – muitas delas que eu não conhecia –, a feira ambulante era cercada pelas donas de casa Porto de Pedrenses, que me ajudavam a escolher as melhores. Nos dias que o caminhão não aparecia, o jeito era bater na porta da senhora que vendia cebola, tomate e outras verduras, visitar o senhor do abacaxi…
Toque francês no cardápio? Também é bom. Mas nada como a Peixada da Marinete (o nome do restaurante é esse mesmo), na companhia das famílias locais.
Enfim, um pedacinho de Brasil autêntico, sem frescuras e delicioso.
Siga este blog no Twitter: @drisetti