Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Rota Ecológica: muito além de praias, luxo e sossego

Alguns achados em um pedacinho de Brasil autêntico, sem frescuras e delicioso

Por Adriana Setti
Atualizado em 14 jul 2021, 13h00 - Publicado em 19 jan 2011, 18h14
Criançada cruzando a balsa: gente amável e acolhedora ()

 

A simpática Porto de Pedras: casinhas coloridas, ruas limpas e nada de bagunça ()
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Pesquisei um bocado sobre a Rota Ecológica antes da minha empreitada de 12 dias em uma casa alugada na Praia do Patacho. Cansei de ler reportagens sobre os lençóis egípcios da pousada X, o toque afrancesado do cardápio do restaurante Y e as maravilhas de encontrar praias belíssimas e desertas até no auge da alta temporada. É tudo verdade. E é tudo realmente uma maravilha. Mas não é só isso.

Tive sorte de ter a Praia do Patacho a poucos metros da minha cama durante doze dias. Mas também me senti imensamente afortunada por estar a mais ou menos um quilômetro da fofíssima Porto de Pedras. Última parada da chamada “Rota Ecológica” antes de cruzar a balsa que leva até Barreiras e, mais adiante, à muvucada Maragogi, esta cidadezinha é um reduto de tranqüilidade e formosura que parece ter parado no tempo.

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Pit stop na casa da senhora que vende verduras ()
Vida pacata e gostosa (Bychykhin_Olexandr/iStock)

Há alguns casarões coloniais respeitáveis em sua pracinha e os demais edifícios que se distribuem por sua rua principal são pintados em cores alegres. Nada de bagunça: a maioria de seus moradores são evangélicos e musica alta e bebedeiras (muitos mercadinhos nem vendem bebidas alcoólicas!) não combinam com o lugar.

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O povo é amável, amabilíssimo. E fazer as comprinhas do dia a dia, para mim, acabou sendo tão prazeroso quando ficar largada na praia (isso certamente tem a ver com o fato de eu estar acostumada à frieza generalizada do dia a dia em Barcelona).

O caminhão-feira passa por lá algumas vezes por semana. Esses momentos, para mim, eram um delírio. Carregado de frutas deliciosas (e baratíssimas!) – muitas delas que eu não conhecia –, a feira ambulante era cercada pelas donas de casa Porto de Pedrenses, que me ajudavam a escolher as melhores. Nos dias que o caminhão não aparecia, o jeito era bater na porta da senhora que vendia cebola, tomate e outras verduras, visitar o senhor do abacaxi…

Toque francês no cardápio? Também é bom. Mas nada como a Peixada da Marinete (o nome do restaurante é esse mesmo), na companhia das famílias locais.

Enfim, um pedacinho de Brasil autêntico, sem frescuras e delicioso.

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