Quem precisa de um caixote de areia quando se tem o Jardin du Luxemburg e a grama verdejante do Burggarten? Você pode até achar que acordei de mau humor nesta segunda-feira (o que não deixa de ser verdade), mas a realidade é que essas praias artificiais que “dão vida” às margens de alguns grandes rios europeus me deprimem.
Pior: a cada verão, as imagens de urbanoides branquelos estirados à beira do Sena dão a volta ao mundo nos blogs e revistas de viagem – sempre como se aquilo fosse uma sacada genial e como se tudo o que há em Paris estivesse obrigatoriamente cercado de uma aura de glamour. Glamour? Sinceramente, acho que brincar num tanque de areia artificial é algo que pode ser bacana até uns 8 anos de idade. Depois disso, não sei não…
Tente analisar a foto da praia do Sena com um olhar mais crítico: você não acha que aquele cidadão de preto, estiradão (sem uma esteira sequer), não teve infância?
Ok. Para quem mora na cidade, a programação cultural que acaba rolando nessas tais praias pode até justificar um pulinho vez ou outra. Segundo uma amiga, a praia de Varsóvia é o lugar mais badalado da cidade neste momento. Semana passada, ela esteve lá durante uma festa ótima: fazia doze graus, ventava e garoava. As pessoas batiam o queixo. Ô, delícia.
Não é lindo o clássico hábito europeu de fazer de seus parques as suas praias? Paris, Viena, Varsóvia… vocês não precisam disso, meninas.
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