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Oito motivos para visitar Haia, na Holanda

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h21 - Publicado em 13 Maio 2015, 09h59
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Amsterdã é a capital dos Países Baixos, só que não. Apesar de ter o título simbólico, a sede do governo fica em Haia, assim como todas as embaixadas e a residência real. Se Amsterdã é uma cidade de jeans e barba desgrenhada, Haia veste terno e gravata e anda muito bem afeitada. A  60 quilômetros do caos e do mojo de Amsterdã, a cidade é muito mais limpinha, certinha,  arrumadinha e sóbria (em todos os sentidos). Mas aqui vão dez motivos para provar que Haia está muito longe de ser chata (como você pode ter ouvido por aí):

 1. Tem um dos melhores museus do país – e, quiçá, da Europa.

O casarão em estilo neoclássicos que abriga o museu Mauritshuis (“casa do Maurício”) foi construído por Maurício de Nassau justamente no período em que foi o governador do Brasil holandês no século 17 (e com as riquezas surrupiadas do nosso país — podemos dizer que ele é um pouco nosso?). Quando pronto, o edifício serviu para guardar várias peças garimpadas pelo conde em solo tupiniquim, como arte indígena, pedras preciosas etc. Destruída num incêndio, a casa foi restaurada e, hoje em dia, exibe a fina flor da arte holandesa num ambiente suntuoso, com tetos decorados, paredes forradas de seda e lustres de cristal. A Moça com o Brinco de Pérola, de Johannes Vermeer, está lá. Mas minhas pernas tremeram de verdade foi diante da Lição de Anatomia do Dr. Tulip, um dos grandes quadros de Rembrandt. Confesso que chorei. Outra maravilha do acervo é A Velha e o Menino com Velas, de Rubens.

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Toda a pompa do interior do Mauritshuis, construído por Maurício de Nassau

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A Moça com o Brinco de Pérola, de Vermeer, uma das obras-primas do museu

 2. O museu do Escher fica na cidade

Um museu para derreter o cérebro. Instalado num casarão que serviu como residência de inverno para a rainha Emma, o sensacional Escher in Het Paleis  guarda mais de 150 obras do genial artista Maurits C. Escher (1898-1972). Um mago da ilusão de ótica, ele foi obsessivo em retratar a continuidade e o infinito, usando as escadas como um de seus elementos preferidos.Uma de suas obras mais importantes, Metamorfose 3, está ali: formas geométricas que viram flores, que viram colmeias, que viram salamandras, que viram casinhas com escadas. No andar de cima, uma instalação temporária tentava reproduzir a perspectiva louca de sua obra numa casa dentro de uma espécie de caixa. Era possível entrar na “obra” e tirar uma fotografia. E não é que eu tive uma crise de VERTIGO só de olhar para a casa? Tive que fechar os olhos e segurar nas paredes para não cair. É bom mesmo que este museu esteja em Haia e não Amsterdã.

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a fachada do museu dedicado a Escher, no casarão que pertenceu à rainha Emma

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Uma das luminárias louquíssimas que adornam as salas do museu

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E mais uma luminária louquíssima

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Interior do museu dedicado a Escher

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Metamorfose I, uma das obras expostas, para derreter o seu cérebro (crédito: divulgação)

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Genial autoretrato (crédito: divulgação)

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Still life and Mirror, um dos meus quadros favoritos

3. O museu de arte moderna e contemporânea é um espetáculo

O forte da cidade é definitivamente o seu arsenal de museus. O terceiro que escolhi visitar foi o Gemeente Museum, de arte moderna e contemporânea. A razão da minha escolha foi a sensacional exposição do fotografo Anton Corbijan, um dos maiores especialistas em retratar celebridades de uma forma autêntica e crua. Até dia 21 de junho (corre lá, sério!) imagens gigantescas e avassaladoras de figuras como Nick Cave, Clint Eastwood, David Bowie, Bruce Springsteen, Naomi Campbell, Keith Richards, Bjork e muitos outros estão estampadas nas paredes deste museu, que ainda tem uma ótima coleção do artista Piet Mondrian, além de obras de Picasso e outros grandes da arte moderna.

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A exposição de Anton Corbijan, desconstruindo celebridades

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O café e espaço de relax do museu

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Sofá de design é isso, meu amigo

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4. A gastronomia é uma vitrine do mundo

Por abrigar tantas embaixadas e órgãos da União Europeia, Haia é uma cidade extremamente cosmopolita para o seu tamanho (500 mil habitantes). Você topará com uma quantidade enorme de restaurantes internacionais. Passei apenas 24 horas por lá, mas fui feliz no indonésio Garoeda, instalado numa linda esquina do centro e com 60 anos de tradição.

 

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Nasi goreng (arroz frito com vários temperinhos): delícia do Garoeda, restaurante indonésio

5. A cidade tem ótimos hotéis e lojas

Para abrigar tantos figurões que viajam à cidade para participar de encontros internacionais, Haia tem ótimos hotéis. Fiquei no excelente Corona, instalado num edifício histórico na praça principal, justamente em frente ao parlamento. O quarto é moderno e aconchegante, as amenities são Bulgari e o café da manhã, no charmoso bistrô BIT, é um banquete com ovos, muesli orgânico, sucos naturais, pães artesanais…. O centro é bacana para fazer compras. Tem uma boa lista de lojas de rede e achadinhos de design.

 

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Uma charmosa galeria comercial no centro da cidade

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Centro de Haia

6.  Tem até praia!

Ok, ninguém em sã consciência vai para a Holanda pensando em praia. Mas não é que a praia de Haia é até bonitinha? Nos dias quentes, os beach clubs (sabiamente protegidos do vento) ficam animadíssimos e rola um belo pôr do sol.

 

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Olha que prainha mais honesta! E fica bem animadinha no fim da tarde (o mar é marrom e gélido mas a gente releva).

7. A cidade é um brinco

O caos de Amsterdã é parte do seu charme. Mas também é gostoso ver a Holanda ao pé da letra, organizada, meticulosa, eficiente e perfeitinha. Em Haia, as ruas são limpíssimas, o sistema de trams é pontual e abrangente, os canteiros são impecáveis e os edifícios são bem cuidados. Sabe aquilo que chamam de primeiro mundo? Então…

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Haia, a cidade perfeitinha

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O museu Mauritshuis e o parlamento

 

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Primavera em Haia

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Dia de sol no centro de Haia

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Os canteiros impecáveis da cidade

8. Haia é grandiosa

As embaixadas, o parlamento, a residência real, as alamedas… Haia foi construída para impressionar. E cumpre bem o seu papel.

Vai lá:

Não confunda! O nome da cidade, em inglês, é The Hague. Em holandês o nome é Den Haag. Sabendo disso, pegue o trem na estação central de Amsterdã. Tem um a cada 10 ou 15 minutos e a viagem demora 50 minutos (€ 11,20 por trajeto).

Estacionamento de bikes "em camadas" na frente da estação de trem: dá pra ser mais holandês?

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