O guia Lonely Planet, uma relação de amor e ódio
Para mim, não existe um guia de viagens melhor. O Lonely Planet tem dicas de hospedagem acertadíssimas, te livra de mil roubadas alertando para golpes, é fácil de consultar e tem um texto divertido e cheio de sacadas. A grande questão é: meio mundo compartilha da mesma opinião.
No caso da Europa, por exemplo, muitos outros guias também fazem sucesso: Frommers, Routard, Time Out, Eye Witness, Lets Go, etc, etc etc. Em se tratando de Ásia, porém, 9 entre cada 10 viajantes leva um Lonely Planet embaixo do braço e segue cegamente todas as suas dicas.
O resultado é que, como conseqüência de seu sucesso brutal, o guia acaba, involuntariamente, transformando os locais listados. Me explico. Na Tailândia, por exemplo, é quase impossível conseguir um lugar sem reservar com antecedência nos hotéis indicados pelo guia, mesmo que todos os outros quartos da ilha estejam vazios. Além disso, esses hotéis acabam sempre sendo mais caros (o fato de sair no guia faz com que muitos aumentem o preço imediatamente) e, algumas vezes, desleixados no serviço. Em outras palavras, muitos estabelecimentos que tiram a sorte grande de serem incluídos no guia acham, com razão, que já não precisam fazer o menor esforço para atrair e manter clientes.
Quem estiver viajando pela Tailândia com a última edição do guia do país (de 2007), pode DOBRAR o preço dos hotéis indicados sem medo. Infelizmente, é a realidade.