Acabei de voltar de uma viagem à tórrida Andaluzia com um nome martelando na cabeça: Málaga. Mistério: como é que o mundo inteiro não está falando desse lugar? Passei apenas 24 horas por lá mas fiquei de coração balançado. E, quando o frio começar a chegar em Barcelona, é muito provável que eu vá aproveitar o verão esticado do Sul da Espanha naquela maravilha cidade que pariu Picasso e Antonio Banderas.
Ter ignorado Málaga em 16 anos de Espanha não é tão grave assim porque, na verdade, o boom da cidade é bem recente. Inaugurado em 2003, o Museo Picasso de Málaga puxou o cordão da revitalização. De lá pra cá, ela se abriu para o Mediterrâneo, reformando o seu porto que, até então, era feio e fechado ao público. Hoje em dia, no caminho do centro para o mar, você atravessa um magnífico Jardim Botânico (que antigamente era cercado por um muro e frequentado por maníacos em geral) e desemboca num belíssimo calçadão, onde acaba de ser instalada a filial espanhola do Centro Pompidou de Paris – sob um lindo caixote colorido. Ele engrossa o couro das artes, junto com Picasso, o museu Thyssen e o Museo Ruso, que guarda uma espetacular coleção Museu Estatal Russo de São Petersburgo.
Além dessa lindeza toda, Málaga tem ótimas praias e um clima bem particular na Andaluzia, praticamente tropical. Por isso, a cidade é verde e exuberante, e em seus arredores brotam mangas, abacaxis e outras coisas consideradas exóticas na Espanha. O mercado central, espetacular, também foi reformado num passado nada distante. A variedade de produtos (mar, montanha, trópicos etc) faz com que se coma maravilhosamente por lá – morri com os bares El Mortal e La Cosmopolita. E, de quebra, o lugar ainda tem uma fortaleza árabe a olhar a cidade de cima.
Dicas melhores virão. Enquanto isso, tenhamos Málaga em nossos radares.
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