A história se repete. Numa área antes degradada da cidade, os galpões industriais vão sendo abandonados e substituídos por estúdios de artistas, galerias, bares e centros culturais alternativos. O bairro começa a ser frequentado por um povo moderno e decreta-se um “novo SoHo” (ou, no caso de Londres, um novo “Shoreditch”). Os arredores do Queen Elizabeth Olympic Park, no extremo leste da metrópole, estão em plena transição. Dos muitos galpões industriais da região, alguns já vestiram a fantasia. E a julgar pelo ritmo acelerado com que as coisas acontecem por lá, o lugar deve bombar cada vez mais, seguindo o fluxo do cool que há muitos anos habita o leste da capital inglesa.
Só que a região tem uma carta na manga que a torna ainda mais especial: é cortada por canais, que foram ajeitados para as Olimpíadas e se tornaram um lugar gostosíssimo para passear. Essa Londres com jeito de Amsterdã é habitada por várias casas-barco. Então você está no meio daquela coisa industrial de East London, mas ao lado de um canal que tem algo de bucólico. Sabe assim?
O mapa abaixo mostra a caminhada que fiz. Teria andado mais se não tivesse encontrado a incrível cervejaria Crate pelo caminho, um dos bares mais absurdamente cool da cidade. Sentei, pedi uma lager artesanal, uma pizza (excelente, com massa fininha e crocante) e fiquei lá pra sempre. O bar, como não podia deixar de ser, divide um galpão com escritórios de co-working, um centro cultural e a infra da cervejaria em si. Soooo East London.
As imagens explicam melhor a atmosfera do lugar. O ponto de partida é o lindão Victoria Park, que acompanha o Hertford Union Canal. O metrô mais perto do ponto de partida é Mile End (a uns 15 minutos a pé). Do ponto de chegada, são 5 minutos a pé até a estação de trem Hackney Wick. Aluguei um apê nessa região mesmo (porque tinha um casamento num desses galpões industriais), fiz tudo a pé e amei conhecer essa nova Londres.