Koro Sun Resort, um resort acessível no paraíso do mergulho nas Ilhas Fiji
O Koro Sun Resort está posicionado na frente de alguns dos melhores pontos de mergulho de Fiji, numa laguna protegida do mar aberto
É praxe que, ao chegar num hotel em Fiji, que você seja recebido com “welcome home” (bem-vindo à casa). No Koro Sun Resort, essa frase fofíssima veio com bônus: um abraço e o sorriso inesquecível da Ali que, entre outras tarefas, é encarregada de orientar o hotel na direção do turismo sustentável. Mal cheguei, e me vejo ao lado dela numa mansão cinematográfica com vista para o mar e abraçada pela densa floresta que cobre a ilha de Vanua Levu – um simpático coquetel de fim de tarde na faixa para os hóspedes. Tocamos no assunto mergulho e ela me diz, como se isso fosse trivial, que ali em frente nadam cardumes de tubarões-martelo, arraias manta (para leigos: ambos estão entre os maiores “troféus” no mundo do ar comprimido, sonho de quem pratica o esporte)… Minha incredulidade durou até a manhã seguinte quando, na primeira imersão na Dream House, um ponto de mergulho a cinco minutos de barco do píer do hotel, fui circulada por tubarões-martelo. Horas depois, lá estava eu ao lado de uma arraia manta.
O Koro Sun Resort está posicionado na frente de alguns dos melhores pontos de mergulho de Fiji, numa laguna protegida do mar aberto. Não se trata de um resort convencional. Além de funcionar como hotel, o latifúndio de 65 hectares de frente para o mar tem casas para alugar. A mansão do coquetel do parágrafo acima, por exemplo, pode ser alugada por US$ 1300 por dia para 6 pessoas, um achado e tanto para um casarão com piscina em Fiji. “O dono adora ideias mirabolantes”, diz gerente Margie Rayawa (ponto para eles: todo o staff, incluindo os gerentes, são fijianos, coisa rara por lá). Sua última invenção é uma coleção de pequenos bangalôs flutuantes voltados para a parte interna da lagoa, que se movem de acordo com o vai e vem da maré. Quando estive por lá, as últimas casinhas estavam sendo rebocadas pela lagoa. Fora isso, há villas com escadinhas para pular direto no mar, casinhas na árvore, bangalôs cercados de jardim… Várias villas têm piscinas privadas.
No total, são 42 acomodações de mais de dez tipos diferentes, com preços bem democráticos, começando em US$ 450 para duas pessoas (num bangalô cercado por um jardim), com três refeições ao dia e várias atividades incluídas, um excelente custo-benefício para os padrões de Fiji. Fiquei num dos novíssimos “Edgewater Bures” na ala só para adultos. Não chegava a ser um daqueles bangalôs sobre palafitas da Polinésia Francesa, mas a ideia era praticamente a mesma. Dependendo da maré, dava para descer pela escadinha do terracinho e dar um tchibum. O quarto era espaçoso, com cama centralizada, piso de cerâmica fria, teto e móveis de madeira. A amenities eram da sensacional marca Pure Fiji – dos melhores produtos de pegada natureba que provei na vida, apaixonei. No terraço privado, protegido por um murinho e um jardim, havia uma deliciosa day bed. A única pena é que não havia nenhum tipo de sombra sobre ela. Durante o dia, no calor de Fiji, era impossível aproveitá-la. Mas era uma delícia deitar lá perto do mar à noite e olhar as estrelas (o que a tornava uma night bed no fim das contas…).
Todas as refeições estão incluídas na diária, a menos que você se hospede em algumas das casas (ainda assim, neste caso é possível acrescentar o pacote de alimentação). O café da manhã era farto e gostoso. No almoço e no jantar, a comida era leve e correta, com apresentações cuidadas. Para entrar em clima de lua de mel, recomendo: o hotel pode produzir jantarzinhos privados em locações especiais. Simples e gostosa como tudo no Koro Sun, minha noite romântica rolou numa mesinha baixa num gazebo posicionado num cantinho bem calmo do jardim. Luz de velas, musiquinha fijiana de violão ao vivo, vinhozinho branco…
Vanua Levu não é de grandes praias. Super verde e selvagem, a ilha tem alguns dos melhores pontos de mergulho de Fiji, como já disse, além de cachoeiras e trilhas na mata. Todas as atividades aquáticas além do mergulho estão incluídas na diária. Entre elas o SUP, simplesmente perfeito para o mar calminho dentro e fora da laguna. Também rola pesca, passeio de bici, snorkeling com guia, trekking na selva, corrida, palestras sobre pérolas (que teve um baita ibope, aliás)… Também há quadras esportivas e um campo de golfe, além de várias atividades infantis.
O resort também organiza vários passeios pagos à parte, que faziam bastante sucesso com os hóspedes (sobretudo os não mergulhadores). O programa incluía visitar fazendas de pérolas, cachoeiras, o delicioso vilarejo de Savusavu (a 15 minutos de carro), piquenique privado numa ilhota deserta, entre outros. Também pago à parte, o spa é um dos pontos altos do hotel. As cabanas de tratamento ficam espetacularmente localizadas no meio da selva, em torno de uma pequena cachoeira. O preço é razoável: US$ 65 por uma hora de massagem relaxante.
Entre um mergulho e outro, a grande delícia era ficar na piscina de borda infinita, só para adultos. Quando estive por lá, em fevereiro, era baixíssima temporada. Havia pouca gente e em questão de horas todos os hóspedes se conheciam. Ficar de papo na piscina, tomando uma cervejinha aqui e outra ali, vendo a tarde cair na maneira mais espetacular possível definitivamente era tudo o que eu queria para as minhas férias.
Sobre o mergulho:
Quando estive por lá, o Koro Sun estava trocando de operador de mergulho. Até então tinham um dive center focado em grupos pequenos. O novo e ambicioso operador, Namena Divers, tem barcos maiores, entre eles um iate novinho em folha (visitei o baro, à espera de licenciamento, na marina de Savusavu). Com um barco mais potente, fará viagens diárias até a ilha de Namena, uma das responsáveis pela fama de Fiji como a “capital mundial de corais moles”. Isso é um grande diferencial já que, atualmente, os demais dive centers da ilha fazem viagens esporádicas para Namena, dependendo do número de mergulhadores.
Siga @drisettino Twitter e no Instagram