Ah, os escandinavos… Há de haver alguma proteína especial na carne de alce que, ativada com os raios da aurora boreal, faz com que o cérebro humano funcione de uma maneira diferente sob aquelas cabeleiras ruivas. Só pode ser isso.
Desejei nascer de novo ao ver o novo design do passaporte norueguês. Por fora, o nome do país e o escudo aparecem de forma discreta, à esquerda. A capa aparece em três cores: vermelho para o passaporte convencional, azul calcinha para o diplomático e branco para os imigrantes (aqueles que, na condição de refugiados, não conseguem obter um documento em seu país de origem). Assim como o dinheiro, o passaporte de alguns países reflete a identidade nacional através do design – esqueçamos o brasileiro, pelo menos do modelo que tenho, cujas páginas são estampadas com indecifráveis desenhos new age. Pois nada mais minimalista, criativo e discreto, como a pura noruegalidade nagô.
Se a capa já é linda, o recheio é absolutamente fora da curva. A olho nu, vê-se uma paisagem tipicamente norueguesa estilizada, um fiorde, em tons pastéis. Mas sob a luz UV… thcaran! Eis que o sol vira lua e surge a aurora boreal, além de letrinhas que suponho ser uma explicação sobre o lugar.
O desenho foi escolhido através de um concurso lançado pela polícia federal do país em fevereiro para encontrar um novo conceito tanto para o passaporte como para a carteira de identidade nacional (que ficou parecida com o passaporte, só que bem mais sem graça). O vencedor foi o studio de design Neue, de Oslo. O próximo passo será adaptar toda essa boniteza às infinitas medidas de segurança. Por isso, o novo passaporte só deve começar a circular daqui a dois anos.
Siga @drisetti no Twitter e no Instagram