Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
Continua após publicidade

Esporte radical em Hanói, a capital do Vietnã: atravessar a rua (manual de sobrevivência)

Antes que você vá a Hanói e passe dias sem sair do mesmo quarteirão, dou minha palavra: atravessar a rua é possível (e divertidíssimo!). Basta seguir algumas regras: 1 – Não espere o sinal fechar e não confie na faixa de pedestres. Das lições que a mamãe ensinou, guarde apenas uma: olhe sempre para os […]

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h06 - Publicado em 5 mar 2009, 03h03

Antes que você vá a Hanói e passe dias sem sair do mesmo quarteirão, dou minha palavra: atravessar a rua é possível (e divertidíssimo!). Basta seguir algumas regras:

1 – Não espere o sinal fechar e não confie na faixa de pedestres. Das lições que a mamãe ensinou, guarde apenas uma: olhe sempre para os dois lados, já que o fato de uma rua ter mão única não quer dizer, em absoluto, que não haverá carros vindo de todas as direções.

2 – A buzina,  no Vietnã, não querdizer “sai da frente” e sim “estou chegando”. Portanto, não se assuste e nem solte um palavrão se alguém buzinar pra você. Como é impossível caminhar pelas tumultuadas calçadas da cidade, o que faz com que pedestres e carros sejam obrigados a compartilhar a rua, isso acontecerá pelo menos um milhão de vezes por dia.

3 – Motos, carros e bicicletas andam devagar e sempre. Para entrar na mesma rotação, avance a passos lentos e constantes, tentando manter contato visual com os motoristas. E tudo sairá milagrosamente bem.

Continua após a publicidade

4 – Esqueça que os freios existem.

5 – Mesmo que uma moto venha e-xa-ta-men-te na sua direção e esteja a apenas um metro de você, ela jamais vai parar. O esperado, nesse caso, é que você continue avançando calma e lentamente, como descrito no item anterior.

6 – Caso entre em pânico no meio de uma avenida (ou na frente da moto do item anterior), o melhor a fazer – repito – é respirar fundo e seguir em frente. Parar ou, pior, sair correndo, quebrará a harmonia da coisa e poderá provocar um acidente.

7 – Se estiver em turma, alinhe a rapaziada numa linha horizontal à calçada (como um comissão de frente de escola de samba) e tente fazer com que todo mundo ande em passos coordenados. Não hesite em eleger um líder para ir na frente gritando “um, dois, um dois, um dois”.

Continua após a publicidade

8 – Caso você ache que todas as regras acima não podem funcionar neste planeta, grude num local como uma sombra e atravesse a rua junto com ele. É sucesso garantido.

                OBSERVAÇÕES SOBRE A PSICOSE DAS BUZINAS VIETNAMITAS

                Continua após a publicidade

                Se você não conseguir acostumar cm o barulho depois de um ou dois dias (eu consegui, mas tive algumas recaídas psicóticas no decorrer do período), faça meditação transcendental ou tampe o seu ouvido com durepox para abstrair o barulho constante e enlouquedor das ruas, ou você passará o dia achando que uma catástrofe quase acabou de acontecer. E prepare-se: quanto maior o veículo, mais alta a buzina e maior a duração do foooooooooom. Isso quer dizer que um caminhão é QUASE capaz de derrubar uma pessoa com suas ondas sonoras. Nas viagens de ônibus, vale a mesma regra, já que motorista praticamente só tirará a mão da buzina para dar a seta e engatar a marcha. Um Ipod vale mais do que 3 Lexotans.

                Publicidade
                Publicidade