Entre julho e agosto, publiquei alguns posts alertando sobre a invasão de sargaço (um tipo de alga marinha) em Cancún e nas praias da Riviera Maia. Naquela ocasião, publiquei fotos e o depoimento de duas amigas que estavam lá. Desde então, virei uma espécie de oráculo do sargaço: várias pessoas me escrevem perguntando se estou acompanhando a situação. Para não deixar os leitores na mão, ao saber que a jornalista e blogueira Betina Neves estava por aquelas bandas, a convidei para dar uma palhinha aqui no Achados para contar um pouco sobre como está a situação na costa caribenha do México.
Nos próximos dias, ela vai postar uma série especial sobre a região no sensacional Carpe Mundi, um dos melhores blogs de viagem que surgiram nos últimos tempos. O primeiro post já está no ar. Mas aqui vai uma palhinha sobre a situação do sargaço. Em tempo: todas as fotos que você vê aqui foram tiradas pela Betina há poucos dias.
A temporada do sargaço no Caribe é, naturalmente, o verão (junho a setembro). Ou seja, a tendência natural seria que as praias fossem ficando mais limpas gradualmente. Isso, de fato, está acontecendo – a situação parece bem menos dramática do que em julho. Mas, ainda assim, alguns lugares ainda estão bem afetados. Veja o que diz a Betina:
Cancún
“O sargaço estava bem light. Toda manhã os hotéis fazem um mutirão de limpeza e retiram grande parte das algas da beira da água. O mar estava limpo.”
Isla Mujeres
“Tudo beleza, areia limpinha.”
Playa del Carmen
“A situação estava parecida com a de Cancún, mas em alguns trechos da praia, com faixa de areia mais estreita, havia acúmulo de sargaço. A área mais frequentada (como a da foto, em frente ao Mamita’s Beach Club) estava limpa.”
Akumal
“Cheguei cedo à praia e vi o pessoal dos quiosques e dos hotéis com carrinhos de mão retirando tufos enormes de algas da areia. Em algumas partes da praia o sargaço estava incomodando bastante. A água estava relativamente limpa, mas fazendo snorkel na parte mais rasa fiquei com algas grudadas no cabelo.”
Tulum
“A coisa estava mais feia em Tulum, não sei se porque não estavam limpando ou se a concentração de algas ali é de fato maior. O trechinho de praia do hotel Zamas, um dos mais procurados em Tulum, estava totalmente tomado. Dava dó. Um pouco a frente havia bastante sargaço na areia mas o mar estava limpo para banho.”
Riviera Maia
“Em Xpu-Há e Chamico’s havia bem pouco sargaço.”
Resumindo, vale a pena arriscar?
“Sim. O problema ainda existe, mas está relativamente controlado e com sinais de melhoras. No mais, essa região tem uma profusão de atrações (mergulhos, sítios arqueológicos, cenotes, parques naturais, cidades coloniais), ou seja, você não vai ficar o tempo todo esticado na praia”.
Está boiando que nem sargaço? Então leia:
O sargaço é um tipo de alga flutuante que faz parte do ecossistema marinho e é uma importante fonte de alimento para tartarugas, peixes, mamíferos marinhos e até pássaros. Há relatos de grande circulação e acúmulo de sargaço entre o Golfo do México e o Atlântico Norte (numa região denominada “Mar de Sargaço”) desde os tempos de Cristóvão Colombo. Durante a primavera e o verão, é normal que essas algas cheguem às praias do Caribe e dos Estados Unidos em maior ou menor quantidade. Desde 2011, a quantidade de sargaço que vem chegando até as praias do Caribe e dos Estados Unidos começou a aumentar progressivamente, tendo atingido índices nunca antes registrados entre 2014 e 2015. Desde Trinidad e Tobago, perto da costa da Venezuela, até a ilha de Galveston, no Texas, várias praias e ilhas caribenhas estão sendo afetadas em maior ou menor grau, dependendo da direção em que o vento sopre e das correntes marítimas. Nos últimos meses, a costa do estado de Quinta Roo, no México – onde ficam Cancún, Playa del Carmen, Tulum e mais uma lista enorme de praias da região conhecida como Riviera Maia – está entre os pontos mais afetados. Bonaire e Barbados são outros dois pontos críticos.
CLIQUE AQUI para ler uma explicação detalhada sobre o fenômeno.