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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Como viajar pelas Ilhas Fiji de mochilão nas costas e gastando pouco

Quem viaja com mochila nas costas e pouca grana no bolso pode ser muito feliz por aqui

Por Adriana Setti
Atualizado em 14 jun 2019, 17h22 - Publicado em 22 abr 2015, 20h08

img_0252Uma das ilhotas Mamanucas: o paraíso é acessível para mochileiros

Maldivas, Polinésia Francesa, Seychelles…. Como o mundo é um lugar cruel, viajar por esses arquipélagos ridiculamente perfeitos requer uma conta corrente robusta. Mas as Ilhas Fiji — que não devem nada às demais — são democráticas. Milionários em busca de férias nababescas definitivamente encontrarão seu lugar ao sol por lá. Mas quem viaja com mochila nas costas e pouca grana no bolso será igualmente feliz. E mais: sem precisar acionar mais de três neurônios para organizar o roteiro.

Em um mês de viagem, fiz questão de rodar o máximo possível e escapar da rota mais batida. Mas quem vai com pouco tempo (uma semana ou dez dias) e orçamento apertado não precisa esquentar a cabeça: o melhor jeito de mochilar pelas Ilhas Fiji é exatamente aquele que foi organizado para esse propósito.

A base de lançamento é Nadi, na ilha de Viti Levu, onde fica o aeroporto internacional do arquipélago (a capital, Suva, fica na mesma ilha mas não faz parte da rota da maioria dos turistas). Partindo de Port Denarau, nos arredores da cidade, o catamarã amarelo-ovo da Awesome Adventures (superconfortável, com ar condicionado e wi-fi grátis!) traça uma rota diária passando, na ida e na volta, pelas principais ilhas dos grupos Mamanucas e Yasawas. Aqui estão aquelas praias com as quais você sempre sonhou. Simples assim.

Clique aqui para ver a rota feita pelo barco, que parte às 8 da manhã de Port Denarau e retorna lá pelas 17h30, tendo passado nas ilhas do roteiro na ida e na volta.

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img_4076Meu mochilão etiquetado com as iniciais da ilha seguinte: o esquema para ir de ilha em ilha é ultra organizado

img_0259Prestes a desembarcar no paraíso

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img_4060O barco da Awesome Adventures encosta perto das ilhas e lanchinhas dos próprios resorts se encarregam de levar os hóspedes para terra firme

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img_4051O interior do barco da Awesome Adventures (a foto está péssima, eu sei): ar condicionado e wi-fi grátis

Além de fazer o transporte para as ilhas, a empresa Awesome Adventures também administra uma rede de resorts (muitos deles em ilhas privadas) com acomodação em três categorias de preço/conforto.

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O desenho acima diz tudo sobre a genial classificação. Mas eu, que testei as três, traduzo:

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1 coquinho: backpacker roots, para quem realmente não tem frescura e não se importa de dormir numa choupana de palha (a partir de US$ 100 para o casal) e/ou num dormitório coletivo (a partir de US$ 80 por pessoa), compartilhando banheiro.

2 coquinhos: quartinho decente, mas em geral com o banheiro compartilhado (a partir de US$ 120 para o casal)

3 coquinhos: hotel bem confortável, com piscina, comida boa e hospedagem em bangalô com banheiro privado e alguns luxos (a partir de US$ 200 para um casal).

* Os preços incluem hospedagem e pensão completa! 

img_4078Um exemplo de quarto de “2 coquinhos”, no Blue Lagoon Resort: bonitinho e confortável, mas sem banheiro privado

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Dentro desse sistema de classificação, você pode escolher entre 24 resorts instalados em praias de areia branquinha, de frente para o mar azul-neón. Através da Awesome Adventures (que tem escritório em Nadi, dentro do próprio barco e também trabalha em parceria com praticamente todos os hotéis de Viti Levu), você ainda pode comprar um passe de transporte de vários dias, o Bula Pass, para saltar de ilha em ilha – nos mesmos moldes dos passes de trem da Europa. E mais: pode comprar um pacote de hospedagem (de um, dois ou três coquinhos) que permite se hospedar em vários resorts pagando um preço fixo, fazendo as reservas em cima da hora. Regra básica: você não pode descer do barco se não tiver reserva na ilha X, a menos que tenha contratado uma day trip. O esquema de embarque e desembarque nas ilhas é ultra organizado. Os fijianos estão de parabéns em termos de logística.

Eu acabei optando por não comprar o passe de transporte e por reservar os resorts por minha conta. E aqui vão as minhas dicas se você for viajar pelas Mamanucas e as Yasawas:

1. O passe de transporte é caro (desde US$ 190 para cinco dias) e só vale a pena se você for realmente pular de ilha em ilha loucamente.

2. Quanto mais tempo você passa numa ilha, menor a diária. Por isso, e por causa do preço do passe de transporte, pular de ilha em ilha aumenta o custo da viagem.

3. A comida está incluída nos pacotes de acomodação e não há restaurantes nas ilhas fora dos resorts. A qualidade (e a quantidade) das refeições varia drasticamente de resort para resort. Se você é bom de garfo, vale a pena levar alguns snacks para as horas de aperto  — vi muita gente embarcando com sacos de comida e só depois entendi porquê.

4. Viajar fora da alta temporada (ano novo, julho e agosto) permite muito mais flexibilidade na escolha dos resorts e das datas de viagem.  Em épocas de pico, reserve tudo com bastante antecedência, porque tudo em Fiji é pensado em pequena escala.

5. Faça lição de casa e pesquise nos fóruns de viajantes (e no bom e velho Trip Advisor) sobre as ilhas aonde pretende ir. Todos os resorts parecem bons (ou pelo menos ok) nos folhetos da Awesome Adventures. Mas ouvi críticas bem graves de alguns viajantes sobre alguns lugares.

6. Quando um resort se vende como “ilha da balada” no folheto, acredite. Também é bom saber que a faixa etária nesse caso não passará de 25 anos (sendo otimista).

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