Como não pagar mico em Fraser Island, a maior ilha de areia do mundo
Tem um jeito que é roubada e foi o que eu acabei escolhendo
O jeito bacanudo de conhecer a tal da Fraser Island requer um bom investimento – como tudo o que é bom na Austrália, menos sushi. No modo mão de vaca, acabei sucumbindo bovinamente ao caminho mais fácil e mais barato (errr… menos caro: US$ 150 por pessoa). Muuuu. Me arrependo. Muuuu.
Acessível a partir de Harvey Bay e Rainbow Beach, na Sunshine Coast, Fraser é a maior ilha de areia do mundo (120 kms por 15 kms). Mas nem tudo são dunas. Graças a um sistema de rios subterrâneos que afloram em lagos e riachos, ela é também um caso único de ilha de areia coberta por árvores altíssimas. Uma vez que o solo é pura areia fofa, o único jeito de circular é a pé (para pessoas muito loucas) ou com um 4X4 profissa, daqueles com rodas gigantes, chassi alto, potência sobrando. É aí que mora o problema.
O Day Tour da Fraser Explorer (o tal do caminho mais fácil de menos caro que mencionei antes) tinha jeito de roubada e… thcaran… foi mesmo. Mas a culpa, que fique bem claro, foi minha. Tudo o que está no folheto da empresa é cumprido minuciosamente e, desde sempre, eu sabia que estaria num busão (seguido por outro busão), com outras 40 pessoas. Se não gosto de excursão desse tipo, problema meu, certo?
O passeio começa com uma caminhadinha facílima por uma passarela de madeira que atravessa um bosque e segue junto a um rio. O guia dá explicações sobre a fauna, a flora e a história da ilha. Até aí, tudo bem. A questão é que, depois disso, você passa hoooras andando de lá pra cá na 75 Miles Beach. Como o nome sugere (Praia das 75 Milhas), trata-se de uma praiona infinita – e meio sem graça. Não rola nadar: o mar é bravíssimo e, pelo menos durante o verão, lotado de águas-vivas (a Blue Bubble, que não é assassina, mas queima). As paradas são feitas num naufrágio encalhado na areia – que rende boas fotografias – e numa formação rochosa colorida mais ou menos interessantinha. Bocejos. A melhor parte é o mergulho no Eli Creek, um riozinho transparente e cristalino onde dá pra boiar e ser levado pela correnteza. Entre uma coisa e outra, quem quiser pode fazer um voo panorâmico (US$ 60 por uns 15 minutos). O povo que foi voltou feliz.
Depois do almoço num bandejão passável, você até que enfim descobre porque Fraser Island é uma das atrações mais celebradas da Austrália. Pense em Jericoacoara. O melhor de lá está bem longe de ser a praia de mar aberto, certo? Assim como em Jeri, em Fraser é nos maravilhosos lagos de água doce cercados pelas dunas que você tem vontade de estourar foguetes. A ilha tem 100 deles! Mas o passeio só para em um, Lake Mackenzie. O atribulado cronograma permite que você tenha uns 45 minutos de felicidade por ali e… bora pra casa. Foi nesse momento que eu olhei para o pessoal do 4X4 independente e quase chorei de inveja, em posição fetal, no banco do busão. Vivendo e aprendendo. Blogando e ensinado (não entra nessa roubada, eu imploro!).
Agora o jeito não bovino de conhecer Fraser Island
O melhor dos cenários é que você alugue um carro desses e se aventure. Mas, além da facada do aluguel (desde US$ 135 por dia, e quase sempre por um mínimo de dois dias), você precisa levar o seu próprio combustível (não há postos na ilha, obviamente), saber dirigir na areia e ficar de olho nas marés – acidentes com motoristas amadores são frequentes. Uma vez lá, dá para ficar em hotel ou acampar, o que combina mais com o lugar (e eu odeio, sorry).
O jeito backpacker de conhecer fraser é embarcar nos “tag-along” tours. Você divide um 4X4 com outros viajantes (que revezam a direção) e segue um comboio liderado por um guia. Em geral, eles duram dois ou três dias e custam a partir de US$ 300 com acomodação em camping e comida incluída.
Abaixo, algumas empresas que alugam 4X4 e/ou fazem comboios. Elas também podem organizar o esquema do acampamento e conseguir a autorização para dirigir no parque nacional, mesmo que você não embarque num comboio:
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