Costumo dizer que a Espanha é um país infinito. Por mais que viva aqui há 20 anos, e que esteja sempre atenta a lugares para descobrir, não canso de ser surpreendida. Depois de mais de um ano sem viajar para fazer turismo, topar com a graciosa Altea, que o jornal El Pais definiu como “o paraíso desconhecido da Costa Branca”, foi um presente.
Conhecida como “a cúpula do Mediterrâneo”, essa cidadezinha de 20 mil habitantes fica a 10km quilômetros de Benidorm, o “Balneário Camboriú” da Espanha, e a 60km de Alicante, onde está o aeroporto mais próximo. Mesmo cercado por essas gigantes do turismo espanhol, no entanto, o povoado ainda tem jeitinho provinciano, muita personalidade e vida própria. Com seus moradores tomando uma brisa na janela ou jogando dominó no banco da praça, não é uma daquelas cidadezinhas fofas que parecem um parque temático. O turismo sustentável e a preservação do caráter essencial da cidade estão entre os grandes objetivos dos administradores e comerciantes. E isso se nota.
Considerado um dos povoados mais bonitos da Espanha em várias listas de publicações nacionais, Altea não nega o nome dessa região ao sul de Valência, conhecida como Costa Blanca. Casas alvíssimas se enfileiram por ruas de pedras, fazendo destacar ainda mais a cúpula da Igreja de Nossa Senhora do Consolo, que coroa o centro histórico, revestida de cerâmica azul.
Ainda que seja diminuta, a rua principal, de San Miguel, pode levar horas para ser percorrida. Por trás de cada fachada, um achado: estúdios de ceramistas, galerias de arte e muitas lojinhas bonitas. Em cada pracinha, um motivo pra uma pausa. Em cada beco, uma oportunidade de olhar o mar.