Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Cara a cara com o temido Dragão de Komodo, na Indonésia – o encontro

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h05 - Publicado em 7 Maio 2009, 09h05


ELE, o temido Dragão de Komodo

Ver Dragões de Komodo na ilha de Rinca, no Parque Nacional de Komodo, é praticamente garantido. Muita gente topa com eles logo ao desembarcar no píer, principalmente se houver algum pescador descarregando mercadoria, o que atrai os lagartos em busca de comida.

Um casal de amigos holandeses contou que presenciou uma BRIGA entre dois dragões (em pé, apoiados nas patas de trás, como dois dinossauros!) logo na entrada, algo de matar qualquer cinegrafista do Discovery Channel de ódio.


Já na chegada, um dragão cruza o nosso caminho

Comigo a coisa não foi assim tão espetacular. Mas já no caminho que vai do píer à pequena sede do parque (onde o guarda foi cruelmente atacado, como conto no post anterior), um dragão pequeno (de um metro e meio) cruzou o nosso caminho quando ainda estávamos sozinhos e indefesos.

Não tivemos a mesma “sorte” durante a caminhada de uma hora que fizemos pela ilha, escoltados pelo nosso bravo guia e sua arma letal – o pau (veja no post anterior). Durante uma hora de trekking (facílimo, mas sob uma calor de quase 40 graus e entre uma nuvem de pernilongos) vimos macacos, búfalos, pássaros… Mas os monstros não deram as caras.

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Os monstros literalíssimamente lagarteando ao sol

E quando estava prestes a me sentir derrotada (sempre tive um fascínio enorme – e meio sinistro — por esses animais), ELES apareceram, já nas proximidades das cabanas dos funcionários do parque. Atraídos pelo cheiro da comida das cozinhas e também do lixo, os mais preguiçosos (provavelmente acostumados com os tempos em que alimentavam os lagartos para fomentar o escasso turismo, sem se preocupar com “esse negocio de equilíbrio ecológico”) rondam a área em busca de uma boquinha. Neste dia, eles eram VÁRIOS e ENORMES.


O olhar fatal de um que vinha na minha direção

Em uma clareira, contei cinco deles lagarteando (hehe) ao sol. Ao redor das cabanas, providencialmente construídas sobre palafitas, um bichão safado tentava subir a escada para dar um oi na hora do almoço. Nos arbustos ao redor, alguns mais ariscos (e ainda maiores) se escondiam e, às vezes, botavam a cabeça para fora como “para ver o que está rolando”.


“Tá olhando o quê?”

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Não é de estranhar, portanto, que os dragões ataquem as pessoas de vez em quando.


Esquema de segurança das casas: um pau e palafitas

Vistos de perto (devo ter chegado a uns dois metros deles, escondidinha atrás do guia), eles são muito, mas muito assustadores. O pescoço dos maiores (de até 3 metros) chegam fácil a 30 centímetros de diâmetro. As unhas são afiadíssimas, enormes e…. pretas (me dá um calafrio só de escrever). O mais estranho de tudo é que eles parecem estar dentro de uma “roupa” alguns números maior. A pele sobra por todos os lados, formando rugas e dobras. E para a minha surpresa: não eles não babam o tempo inteiro. Suponho que quando o sujeito vê a baba, ele não sobrevive para contar.


Detalhe: as unhas a la bruxa má do leste

“Errr… algum turista já foi atacado?”, pergunto. O guia jura que não.

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A explicação, na minha modesta opinião, é simples: pouquíssimos visitantes chegam até lá, um lugar extremamente remoto e de acesso complicadíssimo.

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