No fim do ano passado, a TAM passou a voar direto de São Paulo para a Cidade do México. A concorrência fez baratear, pelo menos temporariamente, o preço das outras companhias aéreas. Várias revistas nacionais – incluindo a VT – estamparam o país em suas capas. Com o dólar girando em torno de R$ 1,80 e o visto para brasileiros facilitado, fiquei com a impressão de que o México seria invadido em massa por nós.
Ao chegar a Playa del Carmen, eu já levava um mês na estrada e, até então, não tinha visto um brasileiros sequer (veja o meu roteiro no post anterior). Uma pena, porque já tinha passado por lugares incríveis e inesquecíveis, como os vulcões ao redor de Puebla, a deslumbrante Oaxaca, a costa do Pacífico, o estado de Chiapas…
Em “Playa”, nossos conterrâneos até apareceram. Mas em doses homeopáticas. Foi só ao chegar em Cancún que comecei a realmente ouvir português, um “fenômeno” que se repetiria apenas nos lugares mais batidos, como Chichén Itzá e ruínas de Tulum. Em sua grande maioria, os patrícios que encontrei estavam em grandes grupos de excursão em viagens de bate e volta, claro, de Cancún.
Eu sei que a grande maioria de ofertas de pacotes vendidos no Brasil são para Cancún. Eu sei que Cancún pode realmente ser o ideal de férias para um certo tipo de público. Eu sei que muita gente que está lá está viajando pela primeira vez ao exterior e que optou por começar pelos grandes destaques do país. Eu sei que os resorts all inclusive de Cancún têm um ótimo custo benefício.
Mas e você que já é macaco velho em viagens para o exterior? Não está na hora de ser um pouco mais criativo? Não seria mais produtivo descobrir a riqueza cultural (e também mundana) do mundo ao invés de fazer tic nos lugares onde “todo mundo” esteve?
O México é um dos países mais encantadores do mundo. Uma mistura bombástica de culturas, sabores, gentilezas e paisagens incríveis. A a minha esperança é que Cancún, um maravilhoso e pasteurizado mundo à parte dentro desse caldeirão, seja apenas a porta de entrada.
@drisetti