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Blogueira descobre que precisa urgentemente de um regime

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h05 - Publicado em 29 abr 2009, 13h04

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Na foto: eu, com cara de espanto, sendo pesada que nem gado na balança do check-in no aeroporto de Lombok, na Indonésia

O barquinho dos locais de Gili Meno para Lombok (duas ilhas perto de Bali, na Indonésia – clique aqui para ver no google Maps) saía às sete da matina. Com as funções cerebrais operando parcialmente, entrei naquela quase canoa aos tropeções e sentei no primeiro lugar que encontrei livre. Dois minutos mais tarde, estávamos deixando a praia à bordo de uma precária embarcação, inclinada mais ou menos a 45 graus.

“Mas esse povo que pega barco todo santo dia não percebeu que o peso está mal distribuído?”, pensei dominada pelo meu mau-humor matinal, enquanto olhava ao redor para ver se era a única pessoa incomodada com a óbvia falta de prumo.

Foi aí, então, que me dei conta que todos os homens estavam sentados de um lado e todas as mulheres estavam sentadas do outro. Menos eu, um alien loiro sentado no lado dos homens.  

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“Mas que falta de flexibilidade! Nem em prol da estabilidade de um barco num mar com ondas o islã permite que homens e mulheres estejam lado a lado? Não é óbvio que os homens pesam mais?”, pensei eu novamente dominada pelo meu mau-humor matinal.

Então, rendendo-me aos ensinamentos de Alá e ao bom senso, transferi a minha pessoa para o lado das mulheres, suplicando alguns centímetros com o olhar para uma moça coberta com um véu que berrava no celular.

E… tcharaaaannnn! Como num passe de mágica, o barco ficou PERFEITAMENTE alinhado e uma gargalhada geral tomou conta do barco.

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“Berat! Berat!”, diziam todos em tom de brincadeira, olhando pra mim. “Berat, heavy!”, me explicou a minha vizinha de banco, interrompendo a conversa no celular.

Chegando no aeroporto de Lombok para pegar um teço-teco para Labuan Bajo, já me achando super berat, recebo um pedido inusitado:

“A senhora pode subir na balança, por favor?” (sim, aquela do check-in, onde as malas são pesadas).

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“Errrr….Você quer que eu pese a minha mochila?”

“Não, não, eu quero pesar a senhora.”

E lá fui eu, a gringa berat, para a balança.

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“Não se preocupe, é que o avião é muito pequeno e precisamos balancear o peso.”

Viver a base de noodles e arroz frito dá nisso.

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