Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas

Batedores de carteira na Espanha: as principais táticas usadas e como escapar

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h03 - Publicado em 28 jul 2009, 14h07

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Las Ramblas: principal área de risco em Barcelona

Sempre que me perguntam se Barcelona ou Madri são cidades seguras eu digo a mesma coisa: “sim, mas fique esperto com o golpe da mão-leve, a arte de surrupiar sem que você perceba”. O mesmo vale para as outras cidades de risco: Sevilha e Granada.

Nos primeiros 4 anos em que estive aqui, bateram a minha carteira SEIS vezes. Sim, SEIS vezes. E todas elas poderiam ter sido evitadas se eu não estivesse pensando na morte da bezerra achando que estava em Cingapura (um dos únicos lugares do mundo pelo qual eu realmente colocaria a minha mão no fogo) ou, verdade seja dita, se não tivesse taaannnnta cara de gringa. Hoje em dia, estou espertíssima.

Bom, mas vamos às principais técnicas, com a ciência de quem já foi cobaia de várias delas:

Brasileño? Play football?

Área de risco: Centro, principalmente arredores das Ramblas. Por causa da temática do futebol, geralmente se aplica a rapazes.

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Como funciona: Essa era a técnica da moda quando cheguei aqui, em 2000. Andou meio em baixa e voltou com força nos últimos tempos (meu sogro se livrou por pouco recentemente). Um sujeito vê você paradão na porta de um restaurante fumando um cigarrinho tranquilo e vem dar uma de amigão. A pergunta chave é de onde você é. Aí você responde animado, “Brasil”. Então ele se aproxima… “Ah! Play football? Play football?” E vem meio pegando, meio empurrando, como se estivesse dividindo uma bola (sim, é meio surreal mesmo). E no calor da confusão dá um jeito de arrancar a carteira do seu bolso.

Como escapar: Este é o golpe preferido dos marroquinos e argelinos batedores de carteira (e eles são numerosos). Antes que alguém dê chilique, aviso que não é racismo, é apenas uma constatação: grande parte dos ladrões que atuam no centro são marroquinos e argelinos e pronto. Portanto, se aparecer um marroquino/argelino do além puxando uma conversa meio sem propósito, não dê trela. E jamais deixe que ele encoste, chegue muito perto ou venha com essa história de “play football?”.

Bololô no metrô

Área de risco: o metrô, nas estações mais freqüentadas por turistas. Ou seja, Plaza Catalunya, Liceo, Plaza de Espanya, Sagrada Família…

Como funciona: Aproveitando a confusão de entrada e saída no metrô lotado, a mão boba escorrega para dentro do bolso, ou da bolsa, e surrupia a carteira. Para se livrar da prova do crime rápido, a praxe é puxar só o dinheiro e jogar o resto no chão. Muitos ainda têm a cara de pau de fingir encontrar a carteira da vítima no chão e devolvê-la como se estivesse sendo legal (bom, e em termos de gatunos, até que realmente é uma coisa legal…). Aconteceu com o meu pai esta semana.

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Como escapar: No metrô, agarre a sua bolsa ou mochila com todas as forças na frente do seu corpo e nunca guarde objetos de valor no bolso, mesmo que seja fechado com botões. Os caras são muuuito bem treinados.

O bonitão do lobby de hotel

Área de risco: todo e qualquer hotel que tenha sofás ou mesas no lobby. O golpe está bem na moda em Madri.

Como funciona: Um sujeito bem vestido – muitas vezes um cara de terno ou uma mulher de tailleur – se faz passar por hóspede (aqui ninguém pergunta nada quando alguém entra num hotel) e fica lendo um jornalzinho à espera de qualquer vacilo. Os principais alvos são bolsas inteiras e pastinhas de laptop.

Como escapar: Não confunda o lobby do hotel com a sala de casa e fique sempre de olho nas suas coisas.

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Os aproveitadores de relax

Área de riscos: Praias e parques (o Parc de la Ciutadella em Barcelona é o filé!)

Como funciona: A pessoa cochila, se empolga com a capoeira, se distrai limpando o nariz de uma criança, é absorvida por um livro e pumba. O mão-leve chega de fininho, geralmente por trás, e leva a sua bolsa. Foi assim comigo na praia, quando roubaram a minha câmera enquanto eu lia, feliz, um livro (dessa vez um cara saiu correndo atrás e o larapio – gatinho e com cara de surfista!!! — acabou preso).

Como escapar: Fique atento e não leve coisas de valor ou muito dinheiro para esses lugares.

O selvagem da motocicleta

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Áreas de risco: qualquer lugar por onde passem motos

Como funciona: O ladrão vê alguém dando mole com uma bolsa fácil de arrancar (aquelas bolsinhas de alça curtinha são as preferidas), acelera, sobe na calçada e… adeus carteira. Aconteceu comigo numa tranqüila tarde de domingo numa rua considerada super segura…

Como escapar: segure a sua bolsa como se você estivesse em São Paulo, e não no País das Maravilhas.

O maníaco do cyber café

Áreas de risco: cyber cafés

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Como funciona: você está suuuuper entretida lendo os seus e-mails e deixa a bolsa na cadeira ao lado. Em um dado momento, um pseudo cliente sai andando com ela sem mais nem menos.

Como escapar: Compre um Iphone ou fique esperta.

Una moneda por favoooorrrr

Áreas de risco: cafés com mesinha na calçada ou no meio da rua em qualquer lugar da cidade

Como funciona: as ciganas romenas (mais uma vez, não é racismo, é a vida como ela é) com seus pobres bebês no colo se aproximam e começam a implorar por uma moeda. Geralmente eles têm um jornalzinho para vender (La Farola) ou um pano que se desenrola e acaba cobrindo a carteira, ou o celular que está em cima da mesa, ou a sua bolsa, enquanto a outra mão trabalha por baixo.

Como escapar: por mais que você morra de pena, não dê papo para essas pobres coitadas e fique com um olho no peixe e outro no gato

Nos embalos de sábado à noite

Áreas de risco: baladas (discotecas, bares e até restaurantes), inclusive nas mais chiques, caras e supostamente “selecionadas” (como eu odeio essa expressão “selecionada”).

Como funciona: você descuida um minuto da sua bolsa ou do seu maravilhoso casaco de couro (aconteceu comigo no último inverno) e quando percebe… já

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