Barcelona high-tech, parte 2: museu de arquitetura a céu aberto

Ame ou odeie: o edifício Forum de Herzog e De Meuron (no me gusta mucho, la verdad…). Enquanto eu fazia estas fotos amadoras, o fotógrafo Marco Pomarico clicava para a VT. Disse ele: “se esse prédio fosse um doce ele seria aqueles bolos secos e bem difíceis de engolir”. Na mosca.
Não é de hoje que Barcelona é referência mundial em termos de transformações urbanas. A cidade se abriu para o mar com as Olimpíadas de 92, restaurou mais uma enorme faixa de seu litoral com o pretexto do Fórum Mundial das Culturas, em 2004 e, mais recentemente, está terminando de polir o trecho compreendido entre esses dois novos pólos de desenvolvimento da cidade.
Sem que muitos de seus moradores tivessem tempo de perceber, o trecho da avenida Diagonal que une o Parc del Fòrum (construído para o Fórum Universal das Culturas) à Praça de Glòries, porta de entrada para o centro da cidade, transformou-se em um alucinante museu da arquitetura do século 21 ao ar livre.
Em uma extensão de três quilômetros e meio, que até pouco levava a uma das áreas costeiras mais degradadas do perímetro urbano, brotaram nos últimos cinco anos dois prédios de autoria do arquiteto francês Dominique Perrault, que tem em seu portfólio obras como a Bibliothèque Nationale de France, em Paris. Ambos ficam em frente ao Parc Central del Poblenou (tema no último post) e vizinhos da Torre Agbar (sede da companhia que administra o fornecimento de água em Barcelona), ícone da nova cara de Barcelona, também obra do arquiteto francês merecedor do prêmio Pritzker de arquitetura 2008,.
O desfile de pirações de cimento continua com o hotel Princess, firmado pelo catalão Oscar Tusquets (encarregado da ampliação do Palau de la Música Catalana, uma dos tesouros modernistas da cidade). E culmina com um escalafobético triângulo azul e prateado, o edifício Fòrum (que tem um enorme auditório em seu interior), da dupla de suíços Jacques Herzog e Pierre de Meuron, pais do “Ninho de pássaro” de Pequim, Prêmio Pritzker em 2001.
Capaz de provocar enfartes em fãs das ousadias arquitetônicas, o corredor ganhará ainda uma obra em forma de espiral (que abrigará uma universidade) da iraquiana Zaha Hadid, prêmio Pritzker 2004, e duas criações do escritório Bohigas Martorell Mackay, o cérebro por trás da construção da genial Vila Olímpica de Barcelona.
Verdade seja dita: a região ainda precisa amadurecer. As ruas são pouco movimentadas e a dura poesia concreta de suas esquinas ainda precisam ganhar muita vida para serem incorporadas à vida da cidade. Mas que promete, promete.
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