Riviera é o nome que se dá a um pedaço de litoral onde paisagem e glamour dão as mãos e brindam com champanhe. Riviera Albanesa? Menos, pessoal, bem menos… É certo que, mesmo na baixa temporada, deu para detectar que alguns lugares têm potencial pra subir no salto. Mas a Albânia ainda precisa comer muito steak tartar de atum com abacate para ser uma Croácia da vida. Por enquanto, está valendo pelas lindas praias de pedras clarinhas, pelo mar cristalino, pelos preços baixos e pela certeza de estar num lugar pouco (ou nada) batido. No verão, vale pela balada também – mas isso não envolve necessariamente glamour.
Riviera Albanesa, afinal
Vindo de Sarandë, no extremo sul, a estrada SH8 se afasta um pouco do litoral e volta a aproximar-se da costa lá pela altura do povoado de Lukovë. É por aí, mais ou menos, que começa o pedaço que vem sendo chamado de Riviera. O filé do litoral albanês se estende até Dhërmi, somando um total de míseros 50 quilômetros. Justamente por isso, mais vale escolher um lugar pra fazer de base e rodar em passeios de bate e volta do que saltar de galho em galho.
Nos arredores de Lukovë, dá pra ver a praia láááá embaixo, banhada pelo mar azul turquesa. Daí pra frente, há uma série de estradinhas em ziguezague que descem a montanha e desembocam em prainhas. Nos embrenhamos aleatoriamente por um atalho num ponto onde a cor do mar parecia ainda mais radiante. O caminho era inclinado e estreito, e no fim da linha a praia era bem meia boca. O único ser vivo presente era um cavalo branco e triste. Mas estou convencida de que, com tempo e disposição, há uma quantidade enorme de lugarejos escondidos e virgens que valem a pena nesse trecho.
Porto Palermos: você precisa ver isso
Nossa segunda parada foi Borsh, uma praiona pouco construída que rendeu um bom mergulho. Mas o primeiro uaaaaaau de estufar o peito veio com o castelo de Porto Palermos. Praticamente jogadas às traças, ali estão as ruínas de uma fortaleza do século 19 cuja construção é atribuída ao pachá otomano Ali Pasha – mas que na realidade ninguém sabe muito bem como surgiu. O fato é que o lugar seria uma atração turística bombástica se estivesse na Europa Ocidental, coroando uma ilhota unida ao continente por um istmo.
Llaman Beach, filial de Mykonos (bom, quase isso…)
Outra praia linda de morrer pintou pouco antes de Himarë (onde me hospedei): Llaman Beach. Taí um lugar que tem potencial de agitinho. Três beach clubs (e nada mais) que poderiam estar em Mykonos dominam a praia, pontilhada de guarda-sóis bonitinhos de madeira, bem ao estilo grego. Éramos os únicos seres humanos, mas o vídeo abaixo mostra que a praia dá um caldo no verão.
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Himarë, a base estratégica
Por falar em Grécia, aposto que você não sabia que nesse trecho da Albânia a população é de origem grega… Fala-se grego, come-se comida grega, bebe-se cerveja grega. Em Himarë, me senti praticamente na Grécia. A cidade é a maior urbanização da região, o que não é necessariamente bom. Mas na baixíssima temporada, ficar por ali aumentava consideravelmente a minha chance de conseguir alimento – havia mais de um restaurante aberto, o que já era uma grande coisa. Arrumei um cantinho gostoso na praia mais ao sul, Potami Beach.
Jalë, a incrível
Pouco ao norte de Himarë, Jalë é o endereço da balada mor da região, que funciona num complexo “quero ser Ibiza” chamado Folie Marine. Desconfio que aquele não seria exatamente o meu lugar favorito no verão (ou sim, uns bons 10 anos atrás – veja o vídeo abaixo, com direito a festa da espuma). Mas na baixa temporada a praia é pura tranquilidade. Amei.
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Dhërmi, a “celebridade”
Ainda que o bicho pegue em Jalë, Dhërmi é a praia mais famosa da tal Riviera. E a mais charmosa também. A vantagem é que a praia em si ainda é muito pouco construída. A grande maioria dos hotéis fica na ladeira que liga o mar ao Centro Antigo, uma gracinha de lugar, que fica encarapitado na montanha. Encarapitado mesmo, chega a dar aflição. Por mais agitado que o lugar possa ser no verão, é tudo muito amplo e espalhado. Duvido que role um fenômeno muvuca.
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