Era pra ser uma viagem de dolce far niente na praia. Mas o tempo mezza boca acabou fazendo com que a empreitada no sul da Itália se transformasse numa grande expedição pelas cidadezinhas mais fofas da Puglia. Voltei menos bronzeada (e mais cansada) do que imanava. Mas valeu muitíssimo a pena.
Eis os meus melhores achados:
Polignano a Mare
Talvez seja a cidade mais charmosa à beira mar na Puglia. O must é a mini praia de pedrinhas espremida entre enormes paredões rochosos sobre os quais a cidade se debruça. Nos pontos extremos do vilarejo, há terraços (públicos e secretos) que revelam vistas matadoras do mar Adriático e seu inconfundível tom esmeralda.
Monopoli
Definindo toscamente, é uma versão menos incrementada de Polignano, com o mesmo tipo de geografia, desafiando a gravidade sobre o Adriático. As cidades são quase vizinhas. Visite Monopoli antes de Polignano para deixar o melhor pro final.
Cisternino
É, na minha opinião, a grande joia do Valle D’Itria. A cidade é branquinha, cheia de pracinhas e ocupa uma colina com belíssimas vistas dos arredores. É charmosa, impecável e cheia de vida à noite. Para carnívoros, tem o plus de ser conhecida por suas macellerias – açougues –, que também preparam a carne in loco. Foi um gol de placa ter escolhido a cidade como uma das minhas bases.
Locorotondo
Dá para defini-la como uma versão menor e menos agitada da vizinha Cisternino. Toda branquinha, tem casarões adornados por vasos de flores, pracinhas graciosas e belos mirantes para o Valle D’Itria.
Ceglie Messapica
Ainda que se defenda com um centro histórico bonitinho, não é tão bela como as vizinhas Cisternino e Locorotondo. Mas é conhecida por ser um dos pontos mais gourmets da região. Ou seja, é tiro e queda. Meu jantar da Osteria da Giuseppe foi algo épico.
Alberobello
Não é exatamente um achado: Alberobello é a cidade mais famosa da Puglia. Vítima da própria fama (resultado de sua arquitetura exótica, feita de casinhas de telhado cônico, os trulli), a cidadezinha é uma sucessão de lojas de souvenires… Ainda assim, não dá pra não ver. É linda de morrer.
Ostuni
Eis uma cidade onde gostaria de ter passado mais tempo. Sobre uma grande colina perto do mar Ostuni é conhecida como “a cidade branca”. Levemente caótica, ela é um emaranhado de becos, vielas e pracinhas que vão revelando mini restaurantes, enotecas, lojinhas fofas. Estive lá em meio a uma espécie de maratona pelo centro histórico, tendo que pular de portal em portal para não atrapalhar os atletas nas ruas estreitíssimas. Um pouco insólito, mas inesquecível.
Lecce
É a grande dama das cidades do interior da Puglia e, como quem não quer nada, abriga um anfiteatro romano em pleno centro histórico além de construções imponentes e uma bela catedral. Imperdível.
Otranto
Com uma enorme fortaleza à beira-mar, Otranto foi uma das grandes surpresas da viagem e certamente uma das minhas favoritas. O centro histórico é um charme e, de quebra, há praias lindas nos arredores. Uma boa pedida para montar acampamento numa expedição pela região.
Gallipoli
A cidade tem muito em comum com Otranto e também esbanja charme, com uma grande muralha medieval que a protege do mar. Tem ótimos restaurantes e uma praia bem bonitinha colada na muralha, além de outras lindas nos arredores.