África do Sul: Jeffrey’s Bay para quem não surfa
Você se sentirá um peixe fora d’água, quase literalmente. Mas há um belíssimo lugar ao sol para quem não surfa na terra da onda infinita. Fora da temporada dos grandes swells (que tem o auge no inverno, de junho a agosto), Jeffrey’s Bay é um baita destino de praia para quem nunca subiu numa prancha: visual incrível, sol quase garantido (chove pouquíssimo!), calor e ondulação viável para um banhista relativamente valente.
Tem mais. Quando a cidade não está lotada de surfistas ou sediando algum campeonato mundial – em julho de 2014 o ASP World Championship Tour (WCT) volta a rolar em J-Bay – a meca sul-africana tem uma das melhores relações custo-benefício em termos de pousadas.
Talvez eu não tivesse gostado tanto de J-Bay se não tivesse encontrado o canto certo. Isso porque o centrinho da cidade é triste de feio. Mas foi amor à primeira vista ao topar com a pousada Beach Music, um casarão com 8 quartos e apartamentinhos que se abrem para um jardim à beira mar (eu fiquei neste aqui, por US$ 65 por dia).
A área comum tem uma cozinha espetacular com altas vistas para o mar e várias churrasqueiras, a melhor delas “de chão”, escondida entre arbustos. Longe do centro, a localização é imbatível tanto para quem surfa como para quem só quer curtir a praia. A escada de madeira que desce para a areia dá praticamente em cima do Supertubes (onde quebra a onda mais famosa do pedaço, aquela que nunca termina) e do melhor trecho de areia sem pedras, onde dá para nadar (se você consegue dar um tchibum em Maresias quando o mar está grande, por exemplo, não há de dar trabalho aos salva-vidas). A pousada ainda está a uns 100 metros da “arquibancada” de madeira do Supertubes, o lugar perfeito para curtir o fim de tarde, onde a surfistada analisa as condições do mar – meninas solteiras, é ali!
A Beach Music está rodeada de outras pousadas e afins de primeiríssima. Com alguns dólares a mais, dá pra ficar no Dreamland, um casarão incrível dividido em alguns apartamentos, administrado por uma família de surfistas.
Se dormir é uma festa, comer nem tanto. Ou, quem sabe, não dei sorte. Os restaurantes com boa fama, como o Nina’s (onde esperei uma hora por um prato medíocre), não me convenceram. Fui muito mais feliz deitando e rolando com os ótimos ingredientes do supermercado (carnes e vinhos) e curtindo o nosso fogo de chão sob uma chuva de estrelas. Justamente por isso, recomendo muito ficar num lugar com cozinha, bem ao estilo sul-africano de hospedagem.
Anote aí: Jeffrey’s Bay foi a base que usei para fazer um bate e volta ao Addo Elephant Park (a viagem demora uma hora e pouco).
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