Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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10 motivos para incluir Aragão na sua próxima viagem à Espanha

Na fronteira com a França, a região reúne povoados medievais, castelos milenares e um dos parques nacionais mais impressionantes da Europa

Por Adriana Setti
Atualizado em 1 dez 2022, 18h43 - Publicado em 30 nov 2022, 18h11
O Castelo de Loarre: um achado e tanto em Aragão
O Castelo de Loarre: um achado e tanto em Aragão. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Qual foi a última vez que alguém abriu a porta de um castelo milenar em estilo românico exclusivamente pra você? Tive essa experiência surrealista no topo de uma colina na cidadezinha de Loarre, que se abre para a vasta planície da Hoya de Huesca, em uma das regiões menos povoadas da Espanha. De cara para os Pirineus, no leste do país, a comunidade autônoma de Aragão viu passar romanos, visigodos, judeus e muçulmanos, que deixaram suas marcas na arquitetura, na gastronomia e no seu jeito de ser. Ao mesmo tempo, com apenas 1,3 milhão de habitantes, espalhados por um território de 48 mil km2 (um pouco maior que o estado do Espírito Santo), esse destino próximo à fronteira com a França ainda permite explorar vilarejos milenares, parques naturais e cidades repletas de monumentos imponentes longe do turismo de massa. A seguir, dez motivos pelos quais você deveria incluir Aragão no roteiro da sua próxima viagem ao Velho Continente:

1. A localização estratégica

Porta de entrada e capital da região, Zaragoza está a meio caminho entre Madri e Barcelona na linha do trem de alta velocidade. Ou seja, é uma esticadinha mais do que estratégica para quem visita os dois principais destinos turísticos da Espanha.

Delícias regionais em uma lojinha típica
Delícias regionais em uma lojinha típica. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

2. Cidades vibrantes e menos saturadas de turistas

Capitais das províncias homônimas da região de Aragão, as cidades de Zaragoza, Huesca e Teruel são recheadas de história, sob medida pra visitar a pé e sem muvuca. Longe das filas e dos preços exorbitantes de Madri e Barcelona, são lugares de gente acolhedora e receptiva onde é possível engatar em um papo com os locais e encontrar “lugarzinhos” autênticos sem ter que fazer tanto malabarismo.

A vista do Castelo de Loarre, para a planície da província de Huesca, em Aragón
A vista do Castelo de Loarre, para a planície da província de Huesca, em Aragão. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

3. O Castelo de Loarre

A 32 km de Huesca, é um dos maiores achados da região: um castelo com origem no século 11 em bom estado de conservação que já serviu de locação para filmes como Cruzada, protagonizado por Orlando Bloom, e, ainda assim, é pouquíssimo conhecido — vá em um dia de semana e você tem chances de encontrar a fortaleza erguida por Sancho III de Navarra vazia, só pra você. Não bastasse o cenário de “conto de fadas”, com o perdão do clichê, é um mirante que se abre para a planície da Hoya de Huesca no ponto que, séculos atrás, marcava a fronteira do Reino de Aragão com o território muçulmano, durante o domínio islâmico de parte da Península Ibérica.

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4. Enoturismo em Somontano

Fazendo fronteira com a França e as regiões da Catalunha e de Navarra, Aragão também é terra de vinhos. Entre a visita de um castelo e um palácio em estilo Mudéjar, dá pra fazer um pit stop em alguma vinícola da região de Somontano, como a high-tech Sommos ou a tradicional Viñas del Vero.

5. Alquézar e o cânion do rio Vero

Um dos pueblos mais bonitos da Espanha, Alquézar é uma preciosidade medieval capaz de fazer inveja à Toscana e à Provence — sobretudo pela tranquilidade e autenticidade. Encarapitada na beira do cânion formado pelo cristalino rio Vero, também é a base de lançamento para uma série de atividades ao ar livre: canyoning, escalada, trekking etc. Quem quiser ter só um gostinho pode caminhar pelas passarelas do Vero, uma plataforma metálica que permite uma visão privilegiada do rio sem nenhuma empreitada radical.

6. Pueblos parados no tempo

A Europa esvaziada que viraliza na internet quando aparece algum povoado à venda por tostões se materializa em Aragão, onde algumas cidadezinhas isoladas nas montanhas foram totalmente abandonadas e vêm ganhando novos “colonizadores” nos últimos tempos. Mas a região também tem algumas das cidadezinhas medievais impecavelmente conservadas e cheias de vida, a exemplo de Ainsa, Roda de Isábena, Boltaña, entre muitas outras, cujos nomes ainda não são conhecidos internacionalmente.

A Catedral de San Vicente, na linda Roda de Isábena
A Catedral de San Vicente, na linda Roda de Isábena. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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7. Parque Nacional de Ordesa y Monte Perdido

Na cordilheira dos Pirineus, esse parque nacional guarda alguns dos cenários naturais mais impressionantes da Espanha, com formações rochosas multicoloridas, vales verdes, rios cristalinos, glaciares e picos de mais de 3 mil metros de altitude. É o paraíso para quem curte trekking, montanhismo ou simplesmente caminhar e respirar ar puro.

Ar puro e atividades ao ar livre no Parque Nacional de Ordesa
Ar puro e atividades ao ar livre no Parque Nacional de Ordesa. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

8. Os Pirineus

Muito além do parque de Ordesa, a cordilheira que separa a Espanha da França também é um prato cheio para praticar esportes de inverno, como snowboard e esqui — a preços mais democráticos do que no país vizinho. Candanchú, Formigal-Panticosa e Valdelinares são algumas estações de esqui da região.

9. O Mosteiro de San Juan de la Peña

Acoplado a uma rocha gigantesca, o mosteiro velho de San Juan de la Peña, com origem no século 10, é uma das construções mais singulares de Aragão, ao lado da cidadezinha de Jaca.

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A simpática cidadezinha de Jaca
A simpática cidadezinha de Jaca. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

10. Slow driving

Cortado por rios cristalinos e represas, Aragão tem uma série de estradinhas panorâmicas nas quais o destino é o próprio caminho. Serpenteando entre plantações de girassóis e vales verdes, é uma delícia ir parando para tirar fotos, conhecer um vilarejo medieval no meio do nada ou simplesmente contemplar a vista.

No próximo post, eu ensino como juntar tudo isso em um roteirão de uma semana. 😉

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