São Miguel dos Milagres: hotéis, restaurantes, passeios e mais

Por Adrian Medeiros Atualizado em 2 jun 2023, 16h56 - Publicado em 9 set 2011, 20h06

Com pouco mais de 20 km, o trecho do litoral alagoano formado por Barra do Camaragibe, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras é destino perfeito para fugir do turismo de massa. As longas praias, sombreadas por coqueiros, são protegidas por recifes que formam piscinas naturais. Partindo de Maceió, você pode fazer um roteiro passando por algumas praias lindas antes de chegar em Milagres (veja o roteiro aqui).

A maioria das pousadas fica perto da areia – com decoração esmerada e atendimento acolhedor, são ideais para casais. Como há poucas opções de alimentação, muitas hospedagens têm seus próprios restaurantes.

COMO CHEGAR

De carro, a partir de Maceió, o caminho é pela AL-101. Os primeiros 50 km, até Barra de Santo Antônio, seguem muitas vezes paralelos à praia e ao coqueiral – depois disso, a estrada dá uma guinada para o interior. Após atravessar São Luís do Quitunde, deixe a rodovia principal e vire à direita em direção a Passo de Camaragibe, onde, após 27 km, a estrada volta a encontrar o mar em Barra do Camaragibe – São Miguel dos Milagres fica 7 km a frente. Não há linhas de ônibus ligando Maceió à região, porém vans fazem o transporte com várias saídas diárias entre 6h e 18h – os veículos partem da Rodoviária de Maceió o do Posto Marazul, próximo do Parque Shopping, em Cruz das Almas.

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AS PRAIAS

Para facilitar a vida de quem gosta de ranking, são 10 praias entre Barra do Camaragibe e Porto de Pedras. Assim fica tranquilo montar um top-10. Seguindo no sentido sul/norte, a primeira praia é Barra do Camaragibe, uma vila de pescadores emoldurada pela foz do Rio Camaragibe e um cenário de manguezais. Com acesso asfaltado, a Praia do Marceneiro é extensa e boa para caminhadas – aqui os recifes começam a mostrar as caras. Não há restaurantes e bares por lá. A vizinha Riacho é tranquila, mas conta com apoio de bares. Tem faixa de areia fina e águas cristalinas. A praia central de São Miguel dos Milagres é uma enseada ladeada de um vasto coqueiral. A esverdeada água do mar é morninha. A orla é marcada pelos currais de peixe e uma das mais belas piscinas naturais da região.

A cultuada Praia do Toque é o endereço de várias pousadas charmosas. O adjetivo não está aí a toa. Belíssima, tem uma barreira de recifes a 1 km da orla e, em suas piscinas naturais, os peixes são avistados a olho nu. A longa faixa de areia repleta de coqueiros propicia uma agradável caminhada. Como o acesso à praia é feito apenas pelos terrenos das pousadas, quem não está hospedado deve vir caminhando (10 minutos) pela vizinha Porto da Rua, uma praia mais agitada devido ao povoado com comércio – aqui há um número maior de restaurantes.

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Próxima parada: Tatuamunha, uma das melhores para o banho devido às aguas mansas e mornas e uma enseada extensa, boa para caminhadas. Habitat do peixe-boi marinho que aproveita o trecho de Mata Atlântica e manguezais para levar a vida numa boa. Aqui é realizado um passeio de barco para apreciar o bichinho bem de perto. Sem tantas piscinas naturais, Lage compensa com o azul de seu mar, o vasto coqueiral e o número mínimo de pessoas na areia.

Presença constante em listas que elegem as melhores praias brasileiras, Patacho faz jus à fama. Tem areia clara, mar azul esverdeado, um vistoso coqueiral que literalmente se debruça à faixa de areia e uma sequência de piscinas naturais que se formam na maré baixa. Não há barracas e bares no Patacho. Restaurantes? Somente nas transadas pousadas e é necessário reservar. Para terminar, a praia do centrinho de Porto de Pedras é a menos inspiradora do time, mas, do farol, admira-se uma bela vista da região.

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QUANDO IR

A alta estação é no verão, quando chove menos e o calor chega a picos de 30 graus ou mais. Neste período as diárias de hotéis e restaurantes cobram as tarifas mais altas e é necessário fazer reserva com antecedência. De maio a julho a temperatura continua alta, mas chove. Setembro e outubro são meses que podem oferecer algumas boas ofertas e o tempo tende a estar firme.

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ONDE FICAR

A hotelaria da região é no geral muito aconchegante e cara, com vários estabelecimentos pé na areia em trechos praticamente sem movimento, ou seja, quase um território particular dos hóspedes. Vários estabelecimentos não aceitam crianças ou mesmo menores de 16 anos, portanto cheque com antecedência antes de reservar. No time dos hotéis mais propícios para uma viagem a dois figuram as Pousada do Toque, Pousada OrigamiPousada da Amendoeira e Pousada Abaetetuba, nas areias da Praia do Toque; a Aldeia Beijupirá  e a Casotas ficam na Praia da Lage; na Praia do Patacho estão a Xuê, a Pousada Patacho e a Pousada Reserva do Patacho. Quem viaja com crianças encontra um porto seguro na Borapirá, em Tatuamunha, e na Pousada do Sonho, em Porto da Rua.

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ONDE COMER

Quase todas as pousadas têm seu restaurante. É bem comum, mediante reserva, os hóspedes de uma irem conhecer as outras. Entre as melhores mesas estão a Xuê, a Casa Acayu e a Aldeia Beijupirá, que abriga uma unidade do famoso restaurante Beijupirá, com matriz em Porto de Galinhas. Fora dos muros das pousadas, uma das melhores cozinhas da região é a do restaurante No Quintal, na Praia do Toque, onde os comensais se anunciam badalando o sino. Todas as mesas, assim como os condimentos usados na preparação dos pratos ficam no quintal da propriedade. Os restaurantes com preços mais camaradas ficam no povoado de Porto da Rua, caso do Favoritu’s e do Enildo, com seu famoso petit gateau alagoano, feito com cocada ao forno e sorvete de tapioca.

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O QUE FAZER

Chamada de Rota Ecológica, esse trecho de pouco mais de 20 km do litoral apresenta praias incríveis, que se mantiveram a salvo do turismo de massa – justamente porque a ligação litorânea entre Maceió e Recife passa bem longe daí. As pousadas apostam em casais, tanto que muitas não aceitam crianças e quase todas são caríssimas. Se você não se importar em ficar longe do mar, os preços ficam encaráveis. O cenário aqui é formado por faixas de areia branquinha, coqueiros a garantir a sombra, pouca gente e recifes de corais a metros da costa – a diversão é, na maré baixa, caminhar até um quilômetro para chegar aos recifes. Quem preferir uma mãozinha, pode pedir para um jangadeiro levar até as formações (geralmente as pousadas indicam). Diferente de destinos tradicionais nordestinos, aqui a jangada é motorizada e o turista faz o seu tempo.

Uma balsa faz a ligação entre Porto de Pedras e Japaratinga. A característica das praias mostra algumas similaridades, com piscinas naturais e recifes de coral, aumentando a estrutura para receber famílias.

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PEIXE-BOI MARINHO

Cada vez mais raros no litoral brasileiro, o peixe-boi marinho encontrou no Rio Tatuamunha um bom lugar para viver, protegidos por uma combativa associação que luta para manter os mamíferos longe dos predadores. São eles que organizam um passeio (82/3298-6247) para que os turistas tenham contato com os dóceis bichinhos. Com uma hora de duração, o roteiro atravessa uma trilha dentro de um manguezal até chegar ao porto de onde sai o barco que irá de encontro do peixe-boi. É quase certo que eles se aproximarão da embarcação – a ênfase aqui é no “quase”, portanto, vá preparado para não vê-los.

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COMPRAS

Após passar horas torrando nas areias e piscinas naturais da região, hora de ir às compras. Tradicional na Povoado do Toque, a Sandália do Lima produz calçados de couro há mais de 30 anos. Não tem placa na porta, nem cara de loja, tem que olhar para dentro e ver as sandálias, que podem ser adquiridas na hora ou feitas sob encomenda – Marcos Lima, o proprietário, demora uns dois dias para confeccionar uma sandália personalizada. Em Tatuamunha, na Artesanato Sol Nascente (82/3298-6257), o artesão Ciro Procópio usa coqueiro, bananeira e ouricuri para confeccionar várias peças decorativas.

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