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Deserto do Atacama: hotéis, restaurantes, passeios e mais

Por Da Redação
6 nov 2024, 16h00

Porta de entrada para conhecer o Deserto do Atacama, San Pedro abriga cerca de 5 mil habitantes entre suas casinhas de adobe e ruas de terra. O simpático povoado vive ao redor do turismo na região, com uma seleção farta de hotéis, restaurantes e lojinhas que recebe viajantes do mundo todo. 

As atrações naturais do Atacama, o deserto mais seco e em maior altitude do mundo, estão espalhadas ao redor de San Pedro, e são acessadas por tours vendidos pelas diversas agências das cidades. A lista de lugares imperdíveis é tão extensa quanto aquelas terras do norte do Chile, cujo principal acesso aéreo se dá por Calama, a 100 km da cidade. 

Prepare-se para encontrar fortalezas pré-incaicas, cactos gigantes, vulcões cônicos, lagoas azuladas, gêiseres fumegantes e formações rochosas que parecem ser de outro planeta. Lhamas, vicunhas, guanacos, raposas e graciosos flamingos dão o dom da singular vida selvagem.

QUANDO IR

Não tem tempo ruim para visitar o Atacama: a temperatura tem pouca variação durante o ano (média de 25 graus durante o dia e 5 durante a noite) e o nível de precipitação é mínimo. A alta temporada é o verão chileno, de dezembro a março, quando é ligeiramente mais quente. No inverno, o frio é um pouco mais severo e tempestades de neve e granizo podem atrapalhar os passeios.

COMO CHEGAR

O Aeroporto Internacional El Loa, na cidade de Calama, a 100 km de San Pedro, serve a cidade com voos locais e internacionais. Do Brasil, a LATAM voa com conexão em Santiago. O melhor jeito de ir até San Pedro é com empresas de transfers compartilhados como a Transvip e a Transfer Pampa, que levam direto do aeroporto para o centrinho. Pagando mais é possível ir com os táxis, que trabalham com tarifas pré-fixadas.

+ A Civitatis tem transfer entre o Aeroporto Internacional El Loa e San Pedro

COMO CIRCULAR

Apesar de haver empresas de aluguel de carro em Calama, dirigir no deserto não é recomendável, já que muitas das estradas não são demarcadas e são necessários bons veículos 4×4 e motoristas experientes. 

O jeito de circular acaba sendo exclusivamente com tours de agências que operam na cidade, coletivos (mais baratos) ou privativos (mais caros) – veja com a Grado 10 e a Ayllu. Muitos hotéis de luxo de San Pedro organizam seus passeios com guias e veículos próprios. Algumas poucas atrações podem ser alcançadas de bicicleta desde San Pedro, como a Laguna Cejar.

PASSEIOS

San Pedro de Atacama

A rua principal da cidade é a Caracoles, repleta de bares, agências de turismo, restaurantes e lojinhas de artesanato local. No centrinho vale ver também o Museu Arqueológico Gustavo Le Paige, que ajuda o visitante a entender a história dos atacamenhos com cerâmicas, tecidos e outros artefatos bem preservados. A singela Iglesia San Pedro de Atacama data de 1.745 e foi construída com pedra, adobe e madeira.

San Pedro Atacama, Chile
O centrinho de San Pedro é compacto (Ana Raquel Hernandes/Wikimedia Commons)

Salar de Atacama e Lagunas Altiplânicas

Tour mais clássico do deserto, tem como primeira parada a Laguna Chaxa, no Salar de Atacama. O panorama é espetacular, com os vulcões e montanhas com topos nevados ao fundo, o terreno coberto por crostas de sal e o azul da lagoa contrastando com os corpos rosados dos bichos. 

Guias costumam servir café da manhã em mesinhas dobráveis no estacionamento antes de partir para ultrapassar os 4 mil metros de altitude em direção às lindíssimas Lagunas Miscanti e Miñiques, dentro da Reserva Nacional dos Flamingos

Antes de fechar o passeio, pergunte sobre uma possível extensão ao Salar de Talar (ou Piedras Rojas), um point menos visitado que exibe impressionantes lagoas de água azul-clarinho entre pedras avermelhadas.

+ A Civitatis tem excursão ao Salar de Atacama e às Lagunas Altiplânicas

Salar de Atacama, Deserto do Atacama, Chile
A Laguna Chaxa é habitada por centenas de flamingos (John Vincent/Unsplash)

Vale da Lua e Vale da Morte

Na Cordilheira de Sal, a 17 km de San Pedro, o vale exibe impressionantes formações rochosas manchadas de sal e areia. Seus nomes são uma referência à geografia local que lembra, respectivamente, o solo lunar e a aridez na qual a vida parece impossível. 

Os tours organizados pelas agências possuem pouca variação de preços e contam com uma programação muito similar entre si, com paradas no Mirante de Cari, próximo ao povoado, visita aos dois vales e observação do pôr do sol. Alguns ainda incluem sandboard nas dunas.

+ A Civitatis tem tour ao Vale da Lua

Vale da Morte, Deserto do Atacama, Chile
Não há vegetação na região do Vale da Lua e do Vale da Morte (Florian Delée/Unsplash)

Gêiseres de El Tatio

Localizados a 4.200 metros de altitude e a quase duas horas do centro de San Pedro de Atacama, o campo geotérmico está em plena atividade antes do amanhecer, o que exige um certo esforço do turista para sair da cama às 4h.

Para se animar, considere que o espetáculo daqueles minivulcões expelindo água fervendo a mais de 80 graus é um dos mais impressionantes de toda a viagem pelo deserto. O frio intenso da manhã, que exige muitas camadas de agasalho, arrefece no decorrer do passeio.

+ A Civitatis tem tour aos gêiseres de El Tatio

Gêiseres de El Tatio, Deserto do Atacama, Chile
A diferença entre a temperatura ambiente e a da água torna o vapor visível (Marko Balažic/Unsplash)

Lagunas Cejar, Tebinchique e Ojos del Salar

O passeio é mais indicado no verão, quando as águas extremamente salgadas da Laguna Cejar convidam ao banho e deixam tirar fotos boiando à la Mar Morto. O panorama é fotogênico, com o vulcão Licancabur ao fundo. O passeio para ainda nos Ojos del Salar, duas crateras de água doce, e na Laguna Tebinquiche, onde o pôr do sol colore o cenário. 

Quem quiser dar um tempo de excursões pode escolher ir de bicicleta – de San Pedro, são 20 km até a Laguna Cejar e 30 km até a Tebinchique.

+ A Civitatis tem excursão para Lagunas Cejar, Tebinchique e Ojos del Salar

Laguna Cejar, Deserto do Atacama, Chile
A Laguna Cejar é 40% composta por sal (Paulo JC Nogueira/Wikimedia Commons)

Termas de Puritama

Para descansar, os oito poços de águas (entre 28 e 35 graus) ao longo do Rio Puritama mantidos pelo Hotel Explora são um programão no deserto (o primeiro deles é exclusivo dos hóspedes). 

No inverno, prefira ir de manhã, quando bate mais sol. Dá para conjugar o passeio com um trekking pelo Vale do Guatin, que tem trilhas pelas pedras margeando cactos gigantes a belas paisagens desérticas.

+ A Civitatis tem tour às Termas de Puritana

Termas de Puritama, Deserto do Atacama, Chile
No fim de um vale, os poços tem águas naturalmente quentes (Otávio Nogueira/Wikimedia Commons)

Tour astronômico

O Atacama é um dos melhores lugares para observação do espaço. Empresas como a Space e a Alarkapin levam para passeios noturnos em locais próximos de San Pedro, onde há uma aulinha rápida sobre reconhecer planetas e estrelas e a relação dos antigos povos atacamenhos com os astros. Depois, pode-se observar o céu em telescópios, com chance de tirar fotos incríveis da lua.

+ A Civitatis tem tour de observação de estrelas no Atacama

Deserto do Atacama, Chile
A altitude, o clima seco e a ausência de poluição luminosa tornam o espaço perfeito para observação astronômica (European Southern Observatory/Wikimedia Commons)

Rota dos Salares

Desde junho de 2018, quando a Corporação Nacional de Florestas (Conaf) anunciou o fechamento definitivo do Salar de Tara para recuperação do ecossistema e aumento da reprodução de flamingos, um passeio alternativo é a Rota dos Salares, que vai até os Salares de Aguas Calientes e Quisquiro.

Antes de chegar nos desertos de sal, o tour faz paradas para café da manhã perto do vulcão Licancabur e para observar os gigantes fragmentos de rocha chamados de Monjes de La Pacana.

+ A Civitatis tem tour para a Rota dos Salares

Monjes de la Pacana, Chile
As rochas foram formadas após uma erupção vulcânica há 3 milhões de anos (Diego Delso/Wikimedia Commons)

ONDE FICAR

Escolher um hotel com área de lazer com piscina, jardim e redário é interessante para passar o tempo entre um passeio e outro. Há opções econômicas como a Casa Algarrobo, com piscina e quartos arrumadinhos, o Anka Hostel, com quartos coletivos e privativos, o Hotel Jardin Atacama, com instalações novinhas, e o Domos los Abuelos, com acomodações em simpáticos domos de adobe. 

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Para subir o nível de conforto, veja o Terrantai Lodge, que oferece uma confraternização todas as noites com queijos e vinhos, e Pascual Andino, com pátio particular e piscina.

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Mais afastados do centro, mas igualmente confortáveis são o Altiplanico Atacama, com quartos superespaçosos e varandas com vista para o vulcão Licancabur e o NOI Casa Atacama, com decoração boutique.

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Os hotéis de luxo da região oferecem um esquema de deserto com glamour: inclusas na diária estão todas as refeições e excursões, o que significa passeios com grupos menores, visita a atrações menos óbvias e serviço diferenciado. 

A maioria deles está ligeiramente afastada do centro de San Pedro. O pioneiro ali é o Explora, com quatro piscinas, quartos com vista para a Cordilheira do Sal e o próprio telescópio para os hóspedes observarem as estrelas. 

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É igualmente fabuloso o Tierra Atacama, com vista imbatível do vulcão Licancabur de todos os quartos e áreas comuns (spa e piscinas externa e interna). 

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O intimista Awasi tem apenas 10 quartos e faz parte da rede Relais & Châteaux – cada hóspede tem um guia e carro disponível só para si. 

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O suprassumo do luxo é o Nayara Alto Atacama, um lodge cinco-estrelas lindamente decorado aos pés de uma montanha com restaurante gourmet e spa.

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ONDE COMER

O centrinho tem ampla ofertas de restaurantes descontraídos com preços módicos e opções de pratos típicos para encher a barriga depois das excursões pelo deserto. Um dos melhores restaurantes é o icônico Adobe, com mesas externas ao redor de um fogueira e menu com pratos chilenos e internacionais. 

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No ambiente rústico do tradicional La Casona, é possível provar o ensopado chupes, com carnes de vários tipos, batata e mandioca, e pastel de choclo, uma torta de milho com carne moída ou frango. 

Outro local para comer acima da média é o Baltinache, restaurante com salão pequeno que serve carnes exóticas com a do guanaco, o primo silvestre da lhama. 

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No Ckunna, com um pátio amplo nos fundos, sabores do altiplano são valorizados em pratos com ingredientes como chañar, quinoa e algarrobo. 

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Para mais cozinha caseira e regional, há o Las Delicias de Carmen, onde dá pra provar a típica sopa patasca, um guisado picante com milho, batata e carne. 

A La Franchuteria é um cantinho aconchegante com mesas ao ar livre comandado por um chef francês. É possível provar croissants, pães artesanais e chocolate quente.

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Dentre as poucas opções de restaurantes para curtir a vida noturna, o Lola tem um terraço com DJs que tocam reggaeton, funk e pop. No cardápio, empanadas, sanduíches, pizzas e drinks.

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Vegetarianos encontram opções no Tierra Todo Natural. Para comidinhas, há empanadas no Emporio Andino, sorvetes na Babalu Heladería e pratos rápidos e doces no Barros Café.

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DOCUMENTOS

Brasileiros podem entrar no Chile com carteira de identidade (RG) ou passaporte com validade para duração da estadia.

DINHEIRO

A moeda oficial é o peso chileno (CLP) (R$ 1 = 165 pesos; consulte a cotação do dia). O ideal é levar dólares e trocar em casas de câmbio da cidade, que se concentram na Calle Toconao – reais não costumam ter boa cotação em San Pedro e o câmbio é desfavorável para comprar pesos chilenos no Brasil.

Embora não tenha força de lei, há uma regra que determina que hotéis podem isentar estrangeiros do pagamento de 19% do IVA sobre o valor de sua estadia. Para conseguir o desconto, o pagamento deve ser feito em dólares, euros ou com cartão de crédito internacional.

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